O Massacre da Candelária completa 30 anos neste domingo (23), e traz à memória um dos episódios mais chocantes da história do Brasil, a execução sumária de oito crianças e jovens, entre 10 e 19 anos, que viviam em situação de rua.

 Esse trágico evento ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de julho de 1993, e ficou marcado como um símbolo de violência, negligência e desigualdade social que assolam o país.

Naquela noite, um grupo 70 crianças e adolescentes que dormiam nas imediações da Igreja da Candelária, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade,  quando foram atacados a tiros por policiais, ex-agentes e civis que integravam um grupo de extermínio.

Muitos correram e conseguiram escapar, mas oito vidas que mal tinham começado, se perderam na tragédia. A maioria das vítimas eram menores de idade que haviam sido abandonados por suas famílias e viviam nas ruas da cidade em condições precárias.

O Massacre da Candelária provocou uma onda de indignação e protestos em todo o país, com milhares de pessoas indo às ruas para exigir justiça e mudanças sociais. A tragédia também chamou a atenção da comunidade internacional, que condenou veementemente a violência e a violação dos direitos humanos.

Três envolvidos ​​foram julgados e condenados a 200 anos de prisão, mas saíram da prisão por meio de indultos e redução de pena, outros quatro ficaram impunes. Trinta anos após o massacre, os sobreviventes ainda tem vívido na memória a cena daquele dia.

Muitos, além das marcas na mente também trazem marcas no corpo e lamentam que a justiça nunca tenha sido feita de fato. Eles ressaltam que o massacre da Calendária ainda continua a acontecer todos os dias, com outras vítimas, com outros rostos, mas o Brasil parece estar anestesiado com esse tipo de crime.