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Ministério Público denuncia Marçal por caso do Pico dos Marins e propõe acordo para encerrar caso

Por Folha de São Paulo

28/03/2025 22h00 — em
Brasil


Foto: Reprodução
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia contra o influenciador Pablo Marçal (PRTB) devido ao episódio de 2022 em que o ex-coach levou um grupo de pessoas para um desafio no Pico dos Marins, no interior do estado.

Marçal, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, é acusado de ter exposto a vida das pessoas que participaram da excursão a perigo direto e iminente, de maneira continuada.

Segundo a Promotoria, a conduta de Marçal se enquadra no artigo 132 do Código Penal, que tem pena de três meses a um ano de detenção.

Junto com a denúncia, apresentada em 7 de março, a Promotoria apresentou também um acordo de transação penal, permitindo a Marçal encerrar o processo pagando o valor de R$ 273.240 "para uma entidade pública ou privada com destinação social". Esse tipo de proposta pode ser feito em casos de crimes de menor gravidade ou com pena inferior a dois anos.

Em nota à reportagem, a defesa de Marçal afirmou que ele não tem interesse no acordo e que provará sua inocência no processo.

"A defesa de Pablo Marcal informa que o mesmo não tem interesse em firmar o acordo de transação penal proposto pelo Ministério Público, tendo em vista estar plenamente convicto de sua inocência, que será provada por ocasião da instrução probatória", diz a nota assinada pelos advogados Paulo Hamilton Siqueira Júnior e Paulo Herschander.

Após a apresentação da denúncia, houve uma manifestação da juíza Rafaela Glioche, da Comarca de Piquete, determinando a intimação dos advogados de Marçal para que informassem, no prazo de 15 dias, se têm ou não interesse no acordo.

Passado esse prazo e não havendo acordo, a Justiça deve então avaliar se recebe ou não a denúncia, e Marçal pode passar à condição de réu no processo.

"Na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, exsurgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca)", afirma peça assinada pela promotora Renata Galhardo Zaros.

"Contudo, o denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de 'covarde', conclamando aos presentes que o seguissem."

A Promotoria afirma que, de um grupo que seria de cerca de 60 pessoas, 32 acompanharam Marçal depois disso. E que o resgate só foi acionado mais tarde e sob resistência de Marçal.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a excursão fazia parte de um curso motivacional oferecido por Marçal intitulado "O pior ano da sua vida", funcionando como uma prova de superação.

Na data do desafio, em 5 de janeiro, a visibilidade estava reduzida, com névoa intensa na região montanhosa. O grupo também enfrentou chuva forte e ventania até ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

O salvamento deu projeção nacional a Marçal, que poucos meses após episódio entrou na vida política, primeiro como aspirante à Presidência em 2022, depois a deputado federal. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acabou indeferindo o registro de sua candidatura à Câmara à época.


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