Moraes critica negacionismo durante pandemia e diz que Covid-19 não foi 'gripezinha'
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira (6) que a Covid-19 não foi uma "gripezinha", como alguns sugeriram durante o início da pandemia, e que o Brasil enfrentou um "negacionismo governamental" sob a presidência de Jair Bolsonaro. Durante o julgamento de uma ação contra a lei de Uberlândia (MG), que proibia a vacinação compulsória e a imposição de restrições a não vacinados, Moraes destacou que a pandemia causou mais de 700 mil mortes no país.
O ministro criticou o discurso antivacina que circulou na época, mencionando falácias como a ideia de que "quem toma vacina vira jacaré" ou que a pandemia seria uma conspiração chinesa para implantar chips nas vacinas. Moraes apontou que esse negacionismo contribuiu para a queda na cobertura vacinal no Brasil, atrasando a importação de vacinas.
No julgamento, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu a anulação da lei de Uberlândia, reiterando que, embora o Estado possa aplicar restrições para quem não se vacina, a imunização compulsória é inconstitucional. O ministro Nunes Marques, por sua vez, concordou com a invalidade da parte da lei que tratava da Covid-19, argumentando que, com a redução de casos e novas pesquisas sobre as vacinas, a questão já estava desatualizada. Ele também afirmou que a lei deveria ser mantida no que diz respeito à vacinação contra outras doenças.
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