MP ficou doente e “meninos” de Curitiba fazem chantagem, diz Gilmar Mendes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes classificou como doente o atual “estado” do Ministério Público, que segundo ele tem sofrido com um “ grave problema de governança”.
Em entrevista por videoconferência ao canal do Grupo Prerrogativas no Youtube, o magistrado criticou o fato do procurador-geral da República, Augusto Aras, precisar entrar com uma ação no STF para poder ter acesso a documentos e conteúdos apurados pela Operação Lava Jato em Curitiba:
“[Os procuradores da Lava Jato] confundem a autonomia do cargo com o conceito que beira à soberania. Veja, o procurador-geral precisou de uma ação no STF para ter acesso às informações que esses garotos dourados acumularam em Curitiba. É um caso de estudo. A instituição obviamente ficou doente e precisa de remédio. Estamos vendo só o que a vista alcança. Isso deve acontecer no interior. Houve um lavajatismo desnudado”.
Ele ainda questionou a conduta a questão do sigilo da operação e do “monopólio” das informações que seriam usadas para chantagear políticos e ministros:
“Essas pessoas, que se revelaram vazadores eméritos de sigilos, agora estão zelando pelo sigilo, preocupadas que o procurador-geral venha a vazar e pode chantagear políticos. Elas que vêm fazendo isso! Chantagistas eméritos usando agora o argumento naquela linha do ‘vou gritar pega ladrão’. Essa gente está temendo qualquer correição porque ela sabe o que fez no sábado à noite.”
Para Mendes é preciso realizar uma reestruturação total do Ministério Público para que a democracia não seja afetada. Segundo o ministro, além de usar informações como forma de barganha, os “meninos dourados” da Lava Jato, tem usado as mesmas para negociar acordos informais com órgãos internacionais que atropelam a autoridade da Justiça brasileira.
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