Mulher estuprada por dez homens foi acariciada por suspeito dentro da viatura
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Tente visualizar a cena: dentro de uma viatura da Polícia Militar, uma mulher que acaba de ser vítima de um estupro coletivo, cometido por dez traficantes, se espreme no canto da janela do banco traseiro. Ao seu lado, dois de seus algozes. Um deles, em determinado momento, alisa a sua perna e cochicha em seu ouvido: “Fica tranquilinha. Vai dar tudo certo”. A frase, dita em tom ameaçador, foi destinada à vendedora de 34 anos que, há quatro, é vítima de sucessivos estupros cometidos por traficantes da sua região.

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O último abuso aconteceu na madrugada de segunda-feira, no bairro Lagoinha, em São Gonçalo, mas até agora ela continua desamparada pelo poder público.
Após a decisão dos policiais militares de colocar vítima e acusados do crime lado a lado, a mulher contou ter passado por um constrangimento também na delegacia: o policial responsável pelo registro usou, na ocorrência, termos obscenos para descrever a agressão (veja trechos do depoimento abaixo).
Ontem, após a repercussão do caso, a Chefia da Polícia Civil determinou a redistribuição do inquérito policial à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo para prosseguir nas investigações.
— Estou me sentindo completamente desamparada. Eu tinha medo de que justamente isso pudesse acontecer se eu registrasse o caso. Minha vida está devastada. Eu e minhas filhas não podemos ir para casa — comenta a vítima: — As amigas das minhas filhas foram a minha casa e encontraram tudo revirado. Tentaram levar até a minha máquina de lavar.

ASSUNTOS: Brasil