'Não é uma gripezinha', diz primeira paciente curada de coronavírus no DF
No último boletim do coronavírus, divulgado na noite de terça-feira (24), o governo do Distrito Federal informou, pela primeira vez, que há uma paciente curada da Covid-19 na capital. A advogada Daniela Teixeira, de 48 anos, foi diagnosticada com a doença em 16 de março.
Segundo um site de notícias do Globo, a moradora do DF contou que os sintomas persistiram por quase uma semana e "foram leves". Daniela lembra que "era algo muito parecido com uma gripe, dor no corpo, dor de cabeça, mal-estar generalizado", mas sentia medo e preocupação.
"O chão se abre, e o desespero toma conta da gente. O mundo está parado por conta do coronavírus, e você recebe quase uma sentença de morte."
A advogada diz ainda que a suspeita que estaria com a Covid-19 surgiu depois que uma amiga testou positivo para a doença. As duas tinham participado, juntas, de um congresso em Fortaleza, no Ceará.
"É um medo diuturno que algo possa acontecer de grave, que um pequeno sintoma possa se tornar algo muito grave."
De acordo com a paciente, durante a conferência – que Daniela chamou de "absolutamente latina, brasileira e cearense" – trocou "muito abraço, muito beijo e brindes", lembra. "Não havia, naquele momento, até o dia 6 de março, nenhuma preocupação real com o coronavírus".
Após o resultado positivo para a Covid-19, ela conta que um dos desafios foi a convivência dentro da própria casa. O marido e os dois filhos, que moram com ela, não estavam doentes, mas também tiveram que ficar em quarentena.
"Quem estava dentro de casa comigo tinha que permanecer comigo. Meus filhos não podiam sair, porque poderiam levar o vírus para fora de casa. Ficamos os quatro confinados."
Depois de oito dias enfrentando a doença, veio a boa notícia. Nesta terça-feira (24), Daniela soube que estava curada. Apesar disso, os cuidados e o isolamento continuam. Por recomendação dos médicos, Daniela não pode sair de casa até, pelo menos, o dia 1º de abril.
"Não é uma 'gripezinha' de forma nenhuma. Algumas pessoas vão ter a sorte que eu tive de passar por isso e ficar sem sequelas, mas hoje eu tenho três amigas internadas, na UTI. Uma delas em estado grave."
"É bem mais que uma 'gripezinha', pelo volume de pessoas que ela [doença] alcança, e pela gravidade que os sintomas podem ter, é preciso acreditar [na gravidade]. É preciso evitar o vírus e fazer a quarentena."
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