Nova cepa pode impulsionar terceira onda de Covid-19 no Brasil
Os casos de Covid-19 provocados pela variante do coronavírus identificada em Manaus já somam 25 notificações, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde de São Paulo. Desses, 16 pacientes não estiveram em Manaus nem em contato com quem tenha viajado pela região. Ou seja, a linhagem P1 está produzindo em número significativo infecções autóctones.
Segundo o Ministério da Saúde informa que, além de Amazonas e São Paulo, essa variante já circula pelo Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Santa Catarina. E, segundo autoridades de saúde locais, há registros na Bahia e houve um episódio autóctone registrado no Rio Grande do Sul.
O avanço da nova cepa pelo Brasil preocupa cientistas, que afirmam que a P1 pode ser mais transmissível e pode contaminar pessoas que já contraíram a doença.
A estratégia mais indicada seria a vacinação em massa, mas a campanha nacional sofre com a quantidade reduzida de vacinas. E ainda não se sabe se a nova linhagem, identificada apenas por meio de sequenciamento genético, é mais letal.
Além disso, não há estudos conclusivos que indiquem a eficácia da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca contra essa variante. O Instituto Butantan e a AstraZeneca, parceira de Oxford e da Fiocruz, estão desenvolvendo testes sobre a capacidade de imunização.
Para Fernando Spilki, virologista que coordena a Rede Corona-ômica (iniciativa do Ministério da Ciência para observar a evolução do coronavírus), diante do número elevado de casos, do ritmo lento da vacinação e da nova linhagem circulando, o país deveria considerar, “se não um lockdown completo”, medidas que restrinjam a circulação, afirmou ao Grupo Globo.
A situação atual, ele alerta, nos encaminha para uma terceira onda, ainda mais preocupante, com variantes do vírus. Ele diz que vivencia-se hoje o efeito da falta de controle da movimentação de cidadãos no país.
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