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Nova versão de 'Nasce uma estrela' com Lady Gaga aparece como favorita ao Oscar

Por Portal Do Holanda

07/10/2018 17h11 — em
Brasil


Foto: Divulgação

RIO — "Nasce uma estrela", que estreia quinta nos cinemas brasileiros, saiu dos festivais de Veneza e Toronto como o exemplar do cinemão americano mais bem posicionado para a temporada de prêmios. Impulsionado pelo carisma de Lady Gaga, pela primeira vez protagonista de um longa, e a aprovação pela crítica da estreia do galã Bradley Cooper na direção, o musical é pule de dez para o Oscar.

Filme, trilha sonora — pensada sob medida para destacar ao máximo a voz da pop star (sim, prepare os lencinhos) — canção original, diretor, atriz, ator (o mesmo Bradley, na pele de um ídolo country atormentado) e ator coadjuvante (Sam Elliott) são categorias em que a produção lidera a bolsa de apostas para a temporada de premiações do cinema americano.

— O epicentro do filme é, claro, Lady Gaga. Mas a primeria vez em que vislumbrei meu “Nasce uma estrela” foi há seis anos, em um show do Metallica. Estava atrás da batera do Lars (Ullrich) e me toquei de que jamais havia visto um filme com números musicais mostrados majoritariamente do palco, vistos da perspectiva de quem está lá — diz o ator de 43 anos. — Ao mesmo tempo, queria também contar uma história de amor. Aí vi Annie Lennox cantando “I put a spell on you” (em 2014). As veias do pescoço dela pulsavam. Aquilo era tão real. Decidi tentar fazer algo daquele jeito, um filme que busca revelar aquilo que não pode mais se esconder.

Não que os talentos dramáticos de Gaga, 32 anos, sejam exatamente uma descoberta. Além do palco e dos clipes, suas parcerias bissextas com o amigo Robert Rodriguez lhe deram a cancha necessária para o dueto com Cooper. Mas o retorno a uma história contada outras quatro vezes em Hollywood é calcado também em metáfora tão óbvia quanto poderosa. Cooper, Gaga, os produtores do filme (entre eles um certo Clint Eastwood) e os milhares de fãs da pop star sabem que o longa sugere o nascimento de uma nova estrela em Hollywood. Não por acaso, os protagonistas iniciais da produção eram o próprio Clint e uma certa Beyoncé.

— Antes de entrar no palco para cantarmos juntos “Shallow”, em uma das cenas mais marcantes do filme, o personagem de Bradley me diz: “tudo o que você precisa fazer é confiar em mim”. Foi, de certa maneira, exatamente o que fazia todos os dias no set de filmagem — conta Gaga.

Cooper não fez feio

A dupla se uniu para reviver um enredo simples que, desde a década de 1930, prende plateias mundo afora. Veículo de reinvenção, em diferentes estágios de suas carreiras, de gente graúda, como Judy Garland e Barbra Streisand, a história gira em torno de dois opostos. Cooper é Jackson, o cantor famoso e decadente em processo de autodestruição, incapaz de domar seus demônios internos, e Gaga vive Ally, a jovem garçonete com voz de veludo que pode ser sua redenção.

Durante o processo de testes para conseguir o papel, Gaga começou a entender o que Cooper buscava. Deixou de lado a maquiagem e recuperou o tom natural dos cabelos, mais escuros do que a de sua persona pop.

— Não vou dizer que foi um processo fácil para mim, mas certamente teve sua dose libertadora — diz Gaga.

Há 17 composições originais em “Nasce uma estrela” e um clássico do repertório de Edith Piaf, “La vie en rose”, que entrou no cardápio musical do filme depois de Cooper ver Gaga entoar o hino em um evento beneficente. Também vem da vida real a decisão de retratar o encontro dos personagens em um inferninho drag típico do Lower East Side, palco para o surgimento de uma jovem Gaga na década passada.

A indústria cultural americana — que tem seu quintal informal no Festival de Toronto — é autorreferente por natureza e jamais se avexou em olhar descaradamente para seu próprio umbigo. Fatores que contam em favor deste “Nasce uma estrela”. Seu interesse nas contradições do processo criativo de um pop star é ímã poderoso para incrementar bilheterias e amealhar votos. E, quem sabe, destoe da tela ao celebrar, no início do ano que vem, uma história com final feliz no tapete vermelho mais disputado de Hollywood.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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