ONU se diz 'preocupada' com combate à pandemia no Brasil
A ONU afirma estar preocupada com o comportamento de autoridades brasileiras diante da pandemia. Numa coletiva de imprensa nesta manhã (27) em Genebra, a entidade deixou claro que mensagens conflitantes por parte do governo minam a capacidade do país em dar uma resposta ao coronavírus e faz um alerta sobre possível respostas que reforcem tendência anti-democráticas.
Segundo o UOL, Georgette Gagnon, diretora de Operações do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, indicou que seu escritório está "preocupado"com as "mensagens conflitantes de autoridades, por vezes reduzindo a seriedade da situação, e isso pode minar os esforços do Brasil para lidar com a pandemia". De acordo com ela, isso poderia potencialmente levar a uma situação difícil ao país.
Desde o início da pandemia, o governo federal e governos estaduais vêm travando uma batalha no que se refere às estratégias para lidar com a crise.
Na ONU, outro alerta se refere aos valores defendidos pelas autoridades federais. "É nossa posição que governos, em todos os lados, precisam proteger valores democráticos e direitos humanos, evitar respostas que alimentem tendências anti-democráticas, certamente num pais e numa região", disse Gagnon.
Há uma semana, Jair Bolsonaro sugeriu seu apoio a manifestações que, entre seus participantes, defendiam o fechamento do Congresso e do STF, além de vozes que pediam medidas de cunho autoritárias.
No ano passado, Bolsonaro atacou a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, por alertar que o espaço cívico no Brasil estava encolhendo e por criticar a violência policial.
Agora, para completar, a entidade indicou estar também preocupada com o impacto que a pandemia pode ter na população, em especial nos grupos mais vulneráveis, como os detentos e pessoas sem-teto. Ela explicou que está em contato com autoridades para implementar medidas no que se refere às prisões do país.
Em especial, porém, a ONU teme a chegada do vírus em comunidades indígenas. Segundo ela, isso coloca "um desafio, inclusive para sua sobrevivência". O escritório da ONU tem recebido registro de casos e pede novas investigações sobre a situação.
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