PF mira ex e atual reitor da Universidade de Roraima por desvio de mais de R$ 100 milhões

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Uma vasta operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (8) em Roraima teve como alvos o controlador-geral do estado, Regys Freitas, e o atual reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Claudio Travassos, sob suspeita de integrarem um esquema de desvio de mais de R$ 100 milhões em licitações da instituição de ensino. À época da suposta fraude, Regys Freitas ocupava o cargo de reitor e Claudio Travassos era o vice-reitor da UERR. A ação policial cumpriu mandados de buscas e apreensão e resultou no bloqueio de R$ 108 milhões em bens dos investigados, que incluem, além dos dois principais alvos, outros oito servidores do setor de engenharia da UERR, como engenheiros e arquitetos.
As investigações apontam para um esquema em que Regys Freitas é suspeito de superfaturar serviços e direcionar licitações da universidade para uma empresa de engenharia específica. Os crimes apurados envolvem desvio de dinheiro público, lavagem de capitais e organização criminosa. O modus operandi consistia na empresa de engenharia vencer as licitações, a partir do que se iniciava o desvio dos recursos. Em resposta à operação, o governo de Roraima informou a imediata exoneração de Regys Freitas do cargo de controlador-geral, reforçando que a gestão da UERR é a principal interessada na elucidação dos fatos e se colocou à disposição das autoridades para fornecer todas as informações necessárias.

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Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Federal realizou apreensões significativas, incluindo joias, dinheiro e relógios de ouro na residência de Regys Freitas, além de dinheiro em espécie na casa de outro servidor da UERR, totalizando mais de 4 mil euros, 6 mil dólares e R$ 7 mil. A operação desta terça-feira é um desdobramento de uma ação anterior, ocorrida em agosto de 2023, que apreendeu R$ 3,2 milhões em dinheiro vivo, supostamente destinado ao pagamento de propina na UERR. A quantia foi encontrada escondida em fardos dentro de sacos de lixo nos fundos da casa do irmão de um empresário suspeito de envolvimento no esquema, em Boa Vista, juntamente com quase 5 mil litros de combustíveis armazenados de forma irregular.

ASSUNTOS: Brasil