PGR pede inquérito ao STF para investigar Bolsonaro após acusações de Moro
A Procuradoria Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal que abra um inquérito para investigar as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro de interferência na Polícia Federal, durante seu discurso de demissão. Os crimes que deverão ser apurados contra Bolsonaro são de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva privilegiada. Caso as declarações Moro não se comprovem, pode ficar caracterizado o crime de denunciação caluniosa contra o ex-juiz.
"A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao Presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa", afirmou o procurador-geral da República, Augusto Aras.
A PGR solicita ainda que Moro deponha sobre os fatos narrados durante a entrevista coletiva. "Indica-se, como diligência inicial, a oitiva de Sergio Fernando Moro, a fim de que apresente manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão. Uma vez instaurado o inquérito, e na certeza da diligência policial para o não perecimento de elementos probatórios, o procurador-geral da República reserva-se para acompanhar o apuratório e, se for o caso, oferecer denúncia".
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