Polícia conclui que estudante de medicina atropelou mãe de propósito: 'Morre logo desgraçada'
O estudante de medicina Carlos Eduardo Tavares de Aquino Cardoso, 32, que matou a própria mãe atropelada em Campos dos Goytacazes (RJ), cometeu feminicídio. Nesse sábado (9), a polícia divulgou o encerramento das investigações e concluiu que o homem matou a mãe propositalmente.
Os investigadores descobriram que a mulher já era vítima de violência doméstica por parte do filho e tiveram acesso a um vídeo onde Carlos Eduardo aparece estapeando a vítima após pedir R$ 5 da mesma.
Na gravação, o estudante de medicina dá tapas e chega a gritar para a mãe: “Morre logo desgraçada, você é um lixo”. O delegado Carlos Augusto Guimarães diz que uma análise minuciosa dos fatos comprovou que o filho tinha a intenção clara de matar a mãe e aproveitou a oportunidade.
"Fatores como a utilização do veículo de forma anormal pouco antes do acidente, somente acelerando o veículo naquela reta onde foi a colisão; a questão de tentar fugir do local do crime, que comprova que ele teve algum tipo de consciência naquela conduta; o menosprezo pela condição de mulher da mãe, que viu a mãe morta ali e sequer esboçou qualquer tipo de sentimento daquilo tudo (...) A questão da boa iluminação do local também foi relevante, foi crucial na verdade, porque tinha condições de ver que era a bicicleta da mãe, bicicleta amarela aquela, cor amarelo vivo, que todo mundo sabia da comunidade ali que só ela tinha aquela bicicleta. Ele mesmo sabia. Então, todos esses fatores levaram a investigação no caminho do dolo", disse em coletiva o delegado.
O crime ocorreu no dia 28 de outubro deste ano, quando Eliana de Lima Tavares Cardoso, 59, estava em uma bicicleta elétrica no bairro Jardim Carioca. Na ocasião, o filho tinha ido comprar drogas e estava completamente entorpecido, enquanto retornava para casa, ele viu a mãe na bicicleta e acelerou o carro para cima dela.
Após atingi-la, Carlos Eduardo fugiu sem prestar socorro e acabou atingindo outro carro com cinco pessoas.
O carro usado no crime era do pai de Carlos Eduardo. O rapaz havia pedido o veículo para ir comprar açaí, mas na verdade, tinha ido a uma boca de fumo. a investigação aponta que no dia do atropelamento, ele havia consumido cocaína e maconha das 13h às 2h.
Testemunhas ouvidas pela polícia também confirmaram que o estudante era viciado em entorpecentes e que por vezes, agrediu a mãe porque queria mais dinheiro para se drogar. Era Eliana quem custeava a faculdade e os gastos pessoais do filho. Carlos Eduardo segue preso e agora vai responder por feminicídio.
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