A Polícia Federal abrirá ainda nesta semana uma investigação sobre a disseminação de "fake news" que afetou o mercado financeiro e pressionou o valor do dólar. Na última terça-feira (17), postagens falsas atribuíram declarações ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, gerando desinformação que foi rapidamente replicada por perfis de investidores e analistas econômicos nas redes sociais.

As postagens atribuídas a Galípolo tratavam da criação de uma moeda do BRICS e de uma suposta análise da alta do dólar. O perfil, que se apresentava como especializado em "visão estratégica", alegou que Galípolo considerava a alta do dólar artificial e que a meta era reduzir a moeda americana para R$ 5,00 até 2025. As informações, amplamente compartilhadas em redes sociais e grupos do mercado, geraram repercussão e chegaram à diretoria do Banco Central. No entanto, Galípolo não estava em nenhum evento oficial e o BC rapidamente desmentiu as declarações. Apesar de o Banco Central ter desmentido prontamente as informações, os impactos no mercado foram significativos.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à PF e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a apuração do caso, destacando que as mentiras, embora desmentidas, tiveram ampla repercussão e influenciaram a cotação da moeda. As postagens foram apagadas após o desmentido, e o perfil que iniciou a fake news acabou excluindo sua conta na rede social.