Print mostra que babá avisou mãe enquanto Henry era torturado por Jairinho

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A polícia conseguiu recuperar prints de uma conversa estarrecedora entre a babá de Henry Borel, Thayna de Oliveira e a mãe do menino, Monique Medeiros, no dia 26 de fevereiro, semanas antes da morte dele no apartamento da família no Rio de Janeiro.
Na troca de mensagens, a babá diz que o vereador Dr. Jairinho chegou em casa, chamou Henry no quarto e se trancou com ele por um longo período. Ela afirma também que a criança chegou a gritar por ela, mas Jairinho aumentou o som da televisão e ela não conseguiu ouvir mais nada.

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Preocupada, a mulher pede que Monique volte para casa e cheque o que está acontecendo. A mãe do garoto diz que o marido não falou que iria pra casa. A conversa segue e Monique chega a dizer que está apavorada e pede que a babá entre no quarto e chame a criança para ir para a brinquedoteca do condomínio.
Thayna se mostra temerosa e diz que o patrão pode não gostar da intromissão e volta a pedir que Monique retorne para casa. Em dado momento, a babá fala que a porta abriu e Henry foi para a cozinha com ela e se recusava a ficar sozinho na sala enquanto o padrasto está na casa.
Jairinho chega a perceber a troca de mensagens entre as duas, mas a mulher disfarça e diz estar falando com sua mãe. Nos momentos mais tensos da conversa, Monique pede que Thayna questione o filho sobre o que houve:
MONIQUE: Pergunta tudo
MONIQUE: Pergunta o que o tio falou
THAYNA: Então agora não quer ficar na sala sozinho
A babá fica por um tempo com o garoto na sala e a mãe cogita tirá-lo do apartamento:
THAYNA: To sentada com ele na sala
THAYNA: Vendo desenho
MONIQUE: Fala que vai na brinquedoteca
MONIQUE: Eu mando um uber
MONIQUE: Ai meu Deus
MONIQUE: Que merda
MONIQUE: Ver se ele quer sair de casa
THAYNA: Tô falando com ele
MONIQUE: Ou ficar aí
THAYNA: Ele quer que eu fique sentada ao lado dele só
MONIQUE: Coitado do meu filho
THAYNA: Jairinho tá arrumando a mala
MONIQUE: Se eu soubesse nem tinha saído
MONIQUE: Pergunta o que o tio falou
O vereador cerca a babá e a criança, e parece perceber que estava sendo vigiado. Ele tenta chegar perto do telefone da babá, mas ela consegue esconder a conversa. A mãe continua aflita e quer saber o que houve e a babá concorda que a ação do padrasto não é normal.
As duas cogitam fazer uma armadilha com a mãe escondida na casa para descobrir o que acontece sempre que Jairinho “arrasta” Henry para o quarto quando ela não está. Minutos depois, Monique fala em instalar câmeras no cômodo:
MONIQUE: Eu vou colocar microcâmera
THAYNA: E sempre no seu quarto
MONIQUE: Me ajuda a achar um lugar
MONIQUE: Depois eu tiro
THAYNA: Meu padrinho instala câmeras
THAYNA: Tem até empresa de câmera
MONIQUE: Mas tem que ser imperceptível
Após muita insistência da babá, o menino revela que foi agredido e ameaçado pelo padrasto e que isso acontece com frequência:
THAYNA: Então me contou que deu uma banda e chutou ele que toda vez faz isso
TAYNA: Que fala que não pode contar
THAYNA: Que ele perturba a mãe dele
THAYNA: Que tem que obedecer ele
THAYNA: Se não vai pegar ele
Monique se apavora de novo e pede para a babá dar um banho na criança. Nesse momento, Henry, diz que o joelho está machucado e surge mancando. Thayna percebe marcas na área e leva o garoto para banho, onde ele reclama de dores na cabeça e diz que bateu ao ser derrubado.
Para a polícia, está claro que a mãe sabia das agressões e foi omissa com o filho. Além de não denunciar e tirar o agressor de perto de Henry, ela ainda sustentou a versão de Jairinho de que nada acontecia.
Durante entrevista à Globo sobre a prisão, o delegado se revoltou e afirmou com todas as letras: "A mãe não comunicou a polícia, não afastou o agressor de uma criança de quatro anos. Ela esteve em sede policial, prestando depoimento por 4 horas, dando uma declaração mentirosa e protegendo o assassino do próprio filho. Ela aceitou esse resultado. Ela se manteve firme ao lado dele, mantendo uma versão absolutamente mentirosa”, afirma Henrique Damasceno. O casal permanece preso e deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado.
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ASSUNTOS: Brasil