Procurador da Univaja diz que pouca coisa mudou após assassinato de Bruno e Dom
O advogado Eliesio Marubo, procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), organização não governamental em que Bruno começou a trabalhar, após pedir licença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), afirmou em entrevista que poucas coisas mudaram no Vale do Javari, após as mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira.
“Temos sentido algum tipo de melhora recente”, disse Eliesio à Agência Brasil, na última quinta-feira (1). “Mas esperávamos que o Estado apresentasse um plano capaz de fazer com que as políticas públicas acontecessem, de fato, na região. O policiamento ostensivo nos moldes que propusemos e as prioridades que indicamos ao atual governo federal durante a transição não aconteceram. Isso faz com que a região fique cada vez mais vulnerável”, acrescentou.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi consultado para falar sobre o caso, mas não se manifestou. Já a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, disse que, apesar dos esforços recentes, a região ainda carece de “ações estruturantes” e de mais segurança. Principalmente para proteger os cerca de 8,4 milhões de hectares da Terra Indígena Vale do Javari (cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial).
O Ministério dos Povos Indígenas anunciou na última sexta-feira (2), a criação de um grupo de trabalho para promover a segurança e combater a criminalidade no Vale do Javari. O grupo será formado por dez ministérios, que trabalharão em parceria com a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para propor medidas concretas de combate à violência e com o objetivo de garantir a segurança territorial dos povos indígenas que vivem na área. Entidades de povos indígenas também participarão das discussões.
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