Professora demitida há 20 anos por causa de sua orientação sexual espera por justiça
Rose May Carneiro, professora de 55 anos, aguarda há quase 20 anos por justiça após ser demitida do Centro Universitário de Brasília (Ceub) em 2002, supostamente devido à sua orientação sexual. Ela foi desligada sob a alegação de manter um “relacionamento imoral” com uma aluna, que, segundo ela, foi resultado de preconceito. Na manhã de sua demissão, Rose havia sido promovida a professora-assistente, mas recebeu a notícia da demissão horas depois.
A acusação de assédio foi feita por uma colega sem apresentação de provas. Rose esclareceu que seu relacionamento durou nove anos e que se identifica como homossexual, afirmando que não considera sua orientação como imoral. "Se a minha homossexualidade for encarada como imoralidade, continuo imoral, porque estou quase 11 anos casada com outra pessoa", declarou.
Após a demissão, Rose entrou na Justiça em busca de danos morais e materiais. Embora o Judiciário inicialmente tenha impedido o andamento do processo, seus advogados recorreram, e em 2013 o caso chegou ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), onde um desembargador reconheceu a demissão como discriminatória. Desde então, o processo tem enfrentado diversas instâncias.
A longa espera afetou a saúde mental de Rose, que lida com crises de ansiedade. Recentemente, um novo advogado entrou no caso e fez um pedido de urgência em 29 de setembro, devido ao estado de saúde da professora. Rose expressou esperança de que sua situação seja finalmente analisada, destacando que a verdade do seu caso é clara. A reportagem aguarda respostas do CEUB e do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
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