O salário mínimo no Brasil pode ser elevado para R$ 1.521 em 2025, caso as últimas projeções da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda se confirmem. A estimativa, calculada pelo G1 de Brasília, aponta um aumento de R$109 em relação ao valor atual de R$ 1.412, representando um reajuste de 7,71%. Esse aumento será aplicado a partir de janeiro de 2025, com pagamento previsto para fevereiro.

A previsão de aumento mais alto do que o inicialmente proposto no orçamento de 2024 (que indicava R$ 1.509) é atribuída à alta da inflação nos últimos meses, impulsionada por fatores climáticos. O cálculo do reajuste leva em consideração dois fatores: a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) dos 12 meses anteriores a novembro e o crescimento real do PIB dos dois anos anteriores. Para 2025, o PIB de 2023, que teve crescimento de 2,9%, será utilizado.

O valor definitivo do salário mínimo será definido em dezembro deste ano, após a divulgação do INPC de novembro. Atualmente, o salário mínimo beneficia 59,3 milhões de pessoas no Brasil, incluindo trabalhadores com contratos de remuneração vinculados ao mínimo, aposentados e beneficiários de programas como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Impactos nas contas públicas e na economia

O aumento do salário mínimo também implica em maiores gastos do governo federal, uma vez que benefícios como aposentadorias, abono salarial e seguro-desemprego estão atrelados ao valor do mínimo. Em 2024, o governo estima que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gerou um custo adicional de cerca de R$ 392 milhões. Com o reajuste de R$ 107 em 2025, a despesa obrigatória do governo pode crescer em R$ 42,7 bilhões.

Esse aumento nas despesas obrigatórias pode reduzir a quantidade de recursos disponíveis para os chamados gastos "discricionários", ou seja, aqueles destinados a políticas públicas não obrigatórias, o que pode afetar outras áreas do orçamento federal.