Saúde divulga primeira ilustração fiel do inseto transmissor do Oropouche
O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (15), a primeira ilustração fiel do inseto transmissor do vírus Oropouche, o Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora,
De acordo com o ministério, a medida foi adotada depois de o inseto ser frequentemente confundido em apresentações na mídia, nas redes sociais e até publicações científicas com outras espécies, como o Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, Zika e chikungunya.
Também havia o problema de algumas das imagens, mesmo que usadas corretamente, não serem efetivamente representativas, pois haviam sido obtidas com fotos de baixa resolução, dado tamanho minúsculo do inseto. A título de comparação, o Culicoides paraenses mede até 3 milímetros, sendo cerca de 12 vezes menor do que o mosquito transmissor da dengue e 20 vezes menor do que o Culex quinquefasciatus, que é o pernilongo mais comum no país.
A nova ilustração foi elaborada a partir de estudos e análises da equipe de comunicação científica da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em parceria com técnicos e entomologistas e do Instituto Evandro Chagas no Pará.
Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a criação da ilustração fiel permitirá a propagação de informações mais corretas sobre o controle das arboviroses no Brasil. "A medida colabora com pesquisadores e gestores em saúde para melhorar a compreensão e a identificação do vetor, minimizando confusões e aprimorando ações de prevenção".
Oropouche - A doença Oropouche é causada pelo vírus OROV, um arbovírus transmitido pelo inseto Culicoides paraensis. Identificada desde os anos 1950, a doença se caracterizava por surtos esporádicos na região Amazônica, embora também tenha sido registrada em outros países da América Central e do Sul. Por ter sintomas semelhantes ao da dengue, podia ser diagnosticada equivocadamente.
A partir de 2023, a detecção de casos aumentou em decorrência da descentralização do diagnóstico molecular para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) de todo o país. As mudanças climáticas também colaboraram para que mais casos surgissem em outras regiões.
A transmissão do Oropouche ocorre por meio do inseto, que, após picar uma pessoa ou animal infectado, transmite o vírus a uma pessoa saudável. Há dois ciclos principais de transmissão da doença: o Ciclo Silvestre, no qual bichos-preguiça, primatas não-humanos e possivelmente aves silvestres são hospedeiros; e o Ciclo Urbano, no qual os humanos são os principais hospedeiros, sendo o Culicoides paraenses o vetor predominante nos dois casos.
Com informações do Ministério da Saúde
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