SÃO PAULO — O presidente Michel Temer deverá ficar internado no Hospital Sírio Libanês até a próxima sexta-feira, segundo previsão dos médicos que atenderam o presidente nesta quarta. Temer deu entrada no hospital com quadro de dificuldade urinária e diagnóstico de estreitamento do canal da uretra. Ele foi submetido a uma cirurgia de pequeno porte, "que ocorreu com sucesso", segundo nota da Presidência. O tempo de recuperação é de até 48 horas.

A decisão de alta em dois dias contraria previsão anterior de integrantes do governo, que esperavam a saída do presidente do hospital ainda na noite desta quarta. Apesar da recomendação médica, os compromissos previstos para quinta não foram cancelados, de acordo com sua assessoria.

Em uma nova nota, divulgada para rebater declarações do senador Romero Jucá sobre o adiamento da votação da reforma da Previdência, a Presidência informou esperar que Temer seja liberado na quinta. No entanto, a saída depende de decisão da equipe médica que atende o político do PMDB.

No início da noite, o Hospital Sírio Libanês divulgou boletim médico, classificando a intervenção cirúrgica no presidente como realizada “sem intercorrências”.

Há pouco mais de um mês, Temer foi operado para reverter uma obstrução urológica. Ele foi diagnosticado com aumento do tamanho da próstata, quadro conhecido como hiperplasia prostática benigna. O problema, que faz com que o órgão comprima a uretra e bloqueie a passagem de urina, atinge 90% dos homens acima de 70 anos (Temer tem 77).

No início desta semana, Temer passou por exames no posto de saúde do Palácio do Planalto, por mais uma vez apresentar dificuldades para urinar.

O presidente também foi submetido a um cateterismo há cerca de três semanas, para a colocação de três stents (pequenos tubos que auxiliam a passagem da corrente sanguínea). Antes da cirurgia, ele tinha mais de 90% de obstrução em três artérias coronárias.

Temer precisou desmarcar compromissos na agenda desta quarta-feira para ir ao Sírio-Libanês. Ele foi consultado pelo urologista Miguel Srougi, o mesmo que realizou a cirurgia no fim de outubro. O presidente também é acompanhado pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, que realizou a desobstrução das artérias coronárias do presidente no final de novembro.

Nesta quarta foram cancelados três compromissos oficiais: às 16h, com Marcelo Figueiredo, presidente da Escola e Liderança e Cidadania da OAB-SP; às 16h30, com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e Cida Borghetti, vice-governadora do Paraná; e às 17h, com o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto. Temer usou um helicóptero para ir do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, até o Hospital Sírio-Libanês.