Transações de Pix registram maior queda após fake news sobre taxação
O número de transações realizadas por meio do Pix sofreu, nos primeiros dias de janeiro, a maior redução mensal desde a implementação do sistema em 2020. Entre os dias 4 e 10 de janeiro, as operações somaram 1,25 bilhão, registrando uma queda de 10,9% em comparação com o mesmo período de dezembro. Essa diminuição ocorre em meio à circulação de fake news sobre a suposta tributação do Pix, o que gerou incertezas entre os brasileiros. A Receita Federal negou que as novas regras sejam direcionadas a pequenos contribuintes.
A norma mais recente exige que instituições financeiras e de pagamento reportem movimentações superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas à Receita. Antes da mudança, esses limites eram menores, de R$ 2 mil e R$ 6 mil, respectivamente. Apesar disso, a Receita esclareceu que as informações enviadas não especificam o tipo de transação realizada, como Pix ou TED, apenas os valores totais movimentados.
A disseminação de informações falsas sobre uma possível taxação do Pix e a quebra de sigilo bancário tem preocupado o Banco Central. Segundo a instituição, essas notícias podem impactar negativamente a adesão ao sistema, reconhecido como uma das maiores inovações financeiras no Brasil. O Pix é o meio de pagamento mais utilizado no país, superando cartões de débito e dinheiro em espécie, com volumes mensais próximos a R$ 2,5 trilhões.
Especialistas reforçam que a atualização normativa da Receita busca combater fraudes e esquemas de lavagem de dinheiro, sem atingir valores modestos de trabalhadores autônomos ou informais. A ampliação do cruzamento de informações pelo órgão também visa proteger contribuintes de inconsistências que poderiam levá-los à malha fina.
Desde seu lançamento, o Pix revolucionou a forma como brasileiros lidam com dinheiro, registrando crescimento contínuo. A recente queda nas transações, no entanto, é atípica, sendo reflexo direto de desinformações que minam a confiança no sistema. As autoridades e especialistas têm buscado reforçar esclarecimentos para evitar impactos mais profundos.
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