Manaus/AM - Kaison Rodrigo Pena da Silva, 23; Ozivan dos Santos de Oliveira, 31; e Henrique Silva da Silva, 22, vulgo Kinho, foram presos por envolvimento na morte do cantor Melvino de Jesus Júnior, 42, em abril deste ano.

De acordo com a polícia, Kinho também está envolvido na morte do PM Paulo Portilho, encontrado no último dia 30 em uma invasão. Segundo o delegado Juan Valério, Kinho confirmou que participou ativamente da morte do soldado.

Kinho foi preso na última segunda-feira (12) em uma embarcação com destino a Coari. Já Kaison foi preso no sábado (10) no bairro João Paulo, zona Leste. Ozivan foi preso no município de Codajás onde ocorreu o crime.

Na segunda (12), o corpo do cantor foi exumado para que as balas fossem retiradas e solucionasse as dúvidas no inquérito policial.

De acordo com o delegado Rafael Campos, existiam vários boatos sobre a morte de Júnior, mas durante as investigações foi descartado envolvimento da vítima com tráfico e com mulheres. Segundo o delegado, o cantor estava em frente ao hotel quando foi confundido com um traficante de Coari, vulgo “Vitão”, e morto por engano.

Uma adolescente foi usada para passar as características do traficante para os executores, mas como Júnior tinha o mesmo porte físico acabou sendo confundido pelos suspeitos. Dois deles eram de Manaus e todos fugiram após o crime para o Coari e retornaram para a capital duas semanas depois.

Segundo Juan, Vitão é traficante que domina Coari e estava entrando no comércio do tráfico de Codajás. Por isso, Evenilson de Oliveira Ferreira, o Mistério, e Marcos Ribeiro Ramos, o Marquinho, teriam que matar “Vitão” para dominar o tráfico. Como ambos os traficantes são conhecidos não poderiam participar ativamente do crime contratando então Josinei Oliveira Lavareda, o Dentinho, para ele encontrar outras duas pessoas para realizar o homicídio. Ele, então, contratou Henrique e o Fábio Barbosa de Souza, o índio (procurado por participar da morte do PM Paulo Portilho em Manaus). Kaison e Vanzinho deram apoio escondendo armas e escolhendo casa para os envolvidos. 

Ainda de acordo com a polícia, Vanzinho intermediava a droga de Vitão e estava acima de qualquer suspeita. Ele e a menor se juntou com a amante desse traficante para ficar o monitorando. “Daí iniciou-se essa história de que Junior estaria envolvido com uma amante, teria uma confusão com o tráfico, uma história meio perdida porque nada disso ocorreu”, disse Valério.

Henrique e Fábio receberiam pelo crime 1kg de droga, mas como executaram a pessoa errada não receberam nada. O delegado explicou ainda a respeito dos boatos de que um policial militar teria participado do crime. Segundo Juan, na verdade o policial estava a paisana e tentou capturar os suspeitos após o crime. Como as pessoas viram ele correndo com a arma na mão acharam que ele teria efetuado os disparos contra Júnior.

O preso Henrique pediu desculpas a família da vítima durante coletiva. “Não queria acertar ele. Era outro alvo. Eu estou muito arrependido desse crime. Queria que os familiares me desculpassem, não foi minha intenção matar ele, muitas desculpas. Eu não queria matar ele não pelo amor de Deus eu estou muito arrependido”, disse.

A filha de Junior, Ingrid Jesus, chorou ao falar do caso. “A família não pode em nenhum momento viver o luto em paz porque muita gente falou besteira, muita gente acusou meu pai de muitas coisas que ele não fez. A minha família sofreu muito com isso, a minha avó, Cilene, perdeu um filho e muita gente não respeitou. A minha madrasta, Jaqueline, perdeu o esposo e muita gente não respeitou. Queria agradecer a minha madrasta por tudo que ela sofreu e mesmo assim ela deu apoio para família e em nenhum momento deixou se abalar pelos dedos apontados, pelas acusações e pelas especulações falsas”, disse Ingrid.

“Meu pai morreu infelizmente foi confundido. Levaram ele”, disse aos prantos. Questionada se iria perdoa o suspeito, Ingrid disse que nesse momento não, mas acredita em Deus e espera que a Justiça seja feita.

Henrique, Kaison e Ozivan foram indiciados por homicídio qualificado e serão levados para o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM). Já Marcos, Josiel, Fábio e Evenilson seguem foragidos.