Coreia do Sul suspende importação de frango, e Europa e China podem barrar carnes
SEUL e PEQUIM - As reações internacionais ao escândalo da carne brasileira começaram a semana de forma mais intensa. A Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira que vai banir temporariamente as vendas de produtos da BRF e intensificar a fiscalização de carne de frango importada do Brasil. Já a Comissão Europeia afirmou que pediu a seus países-membros que aumentem os controles sobre a carne vinda do Brasil e que vai se manter extra vigilante em relação aos processos de checagem dos produtos animais do Brasil. O porta-voz para saúde e segurança alimentar, Enrico Brivio, afirmou que a comissão pediu explicações e ações das autoridades brasileiras desde sexta-feira e que pode suspender empresas que estiverem envolvidas na fraude.
A China pode ir pelo mesmo caminho. Não há confirmação oficial, nem da parte brasileira, nem chinesa, mas sites especializados afirmam que o escritório de administração de qualidade, supervisão, inspeção e quarentena, responsável pelo controle sanitário no país, o AQSIQ na sigla em inglês, recomendou aos importadores que mantivessem qualquer produto que não tivesse sido inspecionado em depósitos até segunda ordem.
- A Comissão vai assegurar que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude fiquem suspensos das exportações para a União Europeia - disse um porta-voz, durante coletiva regular à imprensa, acrescentanto, no entanto, que o escândalo da carne não teria impacto nas negociações em curso no momento para um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
O ministério da Coreia do Sul disse que fornecedores brasileiros de carne de frango terão que enviar um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro. Mais de 80% das 107.400 toneladas de frango importadas pela Coreia do Sul no ano passado vieram do Brasil, sendo quase metade fornecida pela BRF.
A Coreia do Sul é o sétimo maior mercado para o frango brasileiro. Os três maiores compradores são Arábia Saudita, China e Japão, nesta ordem. Segundo maior mercado para o frango brasileiro e comprador relevante de carnes - foram US$ 2 bilhões só em 2016 -, a China acompanha com lupa os desdobramentos das investigações da Operação Carne Fraca. Sites especializados afirmam que o escritório de administração de qualidade, supervisão, inspeção e quarentena, responsável pelo controle sanitário no país, o AQSIQ na sigla em inglês, recomendou aos importadores que mantivessem qualquer produto que não tivesse sido inspecionado em depósitos até segunda ordem.
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