Confrontos durante referendo da Catalunha já deixam pelo menos 337 feridos; vídeos
BARCELONA— Os confrontos entre policiais e manifestantes durante intervenções policiais nos colégios eleitorais que recebem o referendo de independência da Catalunha já deixam 337 feridos. A comunidade autônoma espanhola iniciou às 7h no horário local (4h no horário de Brasília) uma consulta popular, considerada ilegal pelo governo espanhol, para questionar se a população local deseja ou não que a Catalunha seja um Estado independente.
De acordo com o Ministério do Interior espanhol, desde às 7h30 no horário local (4h30 no horário de Brasília) nenhum colégio eleitoral está com acesso à internet. Onze agentes das forças de segurança também ficaram feridos durante os confrontos. A Polícia Nacional e a Guarda Civil interferiram em diversos colégios em toda região para recolher urnas e cédulas e impedir a realização do referendo. Durante a ação em alguns pontos de votação, segundo testemunhas, a polícia desferiu balas de borracha contra manifestantes a favor da independência. Segundo as autoridades, pelo menos 207 colégios eleitorais de um total de 2.315 previstos pelo governo catalão para o referendo foram interditados.
Diante da situação, o presidente catalão, Carles Puigdemont, denunciou “o uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol”. Segundo ele, a imagem exterior do Estado “ seguiu piorando e chegou hoje a uma cota de vergonha que o acompanhará para sempre”.
Já a presidente do parlamento catalão, Carme Forcadell, afirmou após votar no referendo que “será o Estado espanhol quem deverá explicar ao mundo o que fez hoje na Catalunha”.
Cerca de 10.000 homens da Polícia Nacional de da Guarda Civil foram enviados à comunidade autônoma para coibir o referendo, proibido pela Justiça espanhola. Devido às ações das autoridades de segurança, nem mesmo o presidente catalão conseguiu votar no lugar previsto, já que a polícia conseguiu tomar o colégio eleitoral onde Puigdemont participaria do referendo. O presidente precisou se deslocar a outro ponto de votação próximo para depositar sua cédula.
Para contornar a interferência da polícia nos pólos de votação, o governo da catalunha instaurou um censo único, que permite que todos os 5,3 milhões de eleitores catalães possam votar em qualquer um dos 2.135 centros inicialmente previstos. A prefeita de Barcelona, Ada Colau, criticou duramente o presidente Mariano Rajoy.
— Um presidente covarde inundou de polícia nossa cidade. Barcelona, cidade de paz, não tem medo — escreveu em sua conta no twitter.
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