WASHINGTON — Grupos a favor dos direitos humanos e contra o racismo protestaram neste sábado em Washington. Dezenas de pessoas marcharam até a Casa Branca exigindo mudanças no sistema judiciário americano, considerado racista. O movimento ocorreu na sequência de uma série de manifestações neste fim de semana contra o ódio, embaladas pelos conflitos da semana passada em Charlottesville (Virgínia).

— Esta marcha já estava marcada antes do que ocorreu em Charlottesville, mas o que ocorreu lá mostra a luta contra o racismo segue mais atual que nunca — afirmou Anne-Marie Mazur, que segurava cartazes pedindo mudanças no sistema judicial americano.

O estudante Dimtrius, que pediu para não fornecer seu sobrenome, afirma que muitos esperam um novo “boom” de protestos contra o racismo, mas que, na verdade, desde a eleição de Donald Trump como presidente as manifestações populares já cresceram muito no país.

— As pessoas já estão mais engajadas, e acredito que estes movimentos mostram que o país não vão aceitar retrocessos — disse.

Mas os mais importantes protestos deste fim de semana estão ocorrendo em Boston. A “Marcha a favor da liberdade de expressão”, que defende os ideiais dos supremacistas brancos, atraiu outras manifestações contra o racismo, que reuniram um grupo maior de pessoas. A polícia de Boston atuou fortemente para evitar conflitos, proibindo, por exemplo, mastros de madeira para ambos os protestos. Até o início desta tarde não havia registros de casos graves de violência na maior cidade de Massachusetts, mas oito pessoas chegaram a ser detida pelas polícia.

Para as próximas semanas uma série de manifestações contra o ódio, o racismo e a favor dos direitos humanos estão marcadas para várias cidades americanas. Da mesma forma, grupos supremacistas brancos também marcam novas manifestações como a que foi o estopim do conflito racial de Charlottesville, que causou a morte de uma mulher.