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Após votação no STF, especialistas alertam para os perigos do cigarro com sabor

Por Portal Do Holanda

02/02/2018 9h54 — em
Saúde e Bem-estar


Foto: Reprodução

RIO- Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a fabricação e venda de cigarros com sabor artificial foi mantida, após terminar em empate a votação do Supremo Tribunal Federal (STF) que debatia a questão. Apesar da proibição continuar valendo, as empresas que fabricam esse produto podem recorrer a instâncias inferiores da Justiça para derrubar a determinação por meio de liminares. Nesse contexto, o GLOBO ouviu especialistas que apontam os motivos pelos quais, na visão deles, a comercialização dos cigarros com sabores deve ser proibida.

SABRINA PRESMAN

Psicóloga e ex-coordenadora dos programas municipal e estadual de Combate ao Fumo do Rio de Janeiro

Sou favorável à proibição de aditivos no cigarro porque entendo que eles são uma forma de facilitar o uso de tabaco por crianças e adolescentes. O sabor torna o cigarro palatável. Mas o cigarro não é uma bala. É algo que faz muito mal à saúde, então não faz sentido colocar sabor nele.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos. Isso é ruim porque, quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, mais difícil é para ela parar. O adolescente ainda está se formando, tanto em maturidade quanto em relação ao seu sistema nervoso central. Logo ele se torna dependente mais facilmente. É sabido que o cigarro com sabor é uma estratégia da indústria para atingir um número maior de jovens. Em 2013, quando o assunto entrou na pauta da Anvisa, existiam só quatro marcas de cigarro com sabor no Brasil. Ano passado, havia mais de 80 registradas.

FELIPE MENDES

O Brasil já adotou uma série de medidas para tentar reduzir o acesso ao tabaco e os riscos derivados dele, como a proibição de propagandas e a Lei Antifumo. São medidas que estão de acordo com convenções internacionais. E a proibição de aditivos também segue essas convenções. A lógica é que, com os aditivos, na hora em que a criança vai provar o seu primeiro cigarro, ela vai sentir um gosto interessante e um cheiro bom. Esses dois aspectos tornarão o cigarro mais atraente. Se a criança ou jovem tem acesso a um produto de chocolate ou de menta, por exemplo, a chance de ela gostar e associar aquilo com uma experiência boa é extremamente alta. E basta um cigarro para ela se tornar dependente química. Portanto, decidir pela proibição da venda desses aditivos, sejam flavorizantes — que dão sabor — ou aromatizantes, não é algo sem fundamento. Ao contrário, é uma decisão embasada em muitas pesquisas. Países como Austrália e Canadá já proibiram a comercialização de aditivos. É algo necessário e importante para a saúde pública. Embora o placar no STF tenha dado empate, é uma vitória para nós.

 


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: cigarro com sabor, males, proibido, Saúde e Bem-estar

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