Ainda Estou Aqui é pré-selecionado para representar Brasil no Oscar
A Academia Brasileira de Cinema divulgou a lista dos seis filmes pré-selecionados para concorrer à vaga de representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.
Os filmes que compõem essa lista são: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles; Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.
O escolhido será anunciado na próxima segunda-feira (23).
Favorito do público, Ainda Estou Aqui apresenta Fernanda Torres e Selton Mello no papel principal, contando a história de Rubens Paiva, deputado sequestrado por militares durante a ditadura, e de sua família, que nunca mais o reencontrou. Baseado no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, o filme carrega um forte tom de denúncia e memória histórica. A obra foi aplaudida por 10 minutos no Festival de Cinema de Cannes, e a imprensa internacional já dá como certa uma indicação de Melhor Atriz para Fernanda Torres.
Em Cidade Campo, Juliana Rojas retrata a migração e as transformações de vida de seus personagens: uma trabalhadora rural que se muda para São Paulo após um desastre, e um casal que deixa a cidade para uma fazenda, enfrentando as mudanças e os desafios dessa nova realidade.
Lillah Halla, em Levante, traz à tela uma história de resistência e coragem. A trama gira em torno de uma jovem jogadora de vôlei que se vê perseguida por um movimento conservador após tentar realizar um aborto. O filme explora questões de controle sobre o corpo e o direito de escolha, enquanto sua protagonista e seu círculo resistem às ameaças.
Karim Aïnouz nos leva ao universo claustrofóbico e intenso de Motel Destino, onde a chegada de um fugitivo após um golpe fracassado provoca uma reviravolta em um ambiente já marcado por tensões, misturando desejo, poder e libertação.
O drama adolescente e a perda da visão são o centro de Saudade Fez Morada Aqui Dentro. Haroldo Borges narra a trajetória de Bruno, um garoto de 15 anos enfrentando um processo irreversível de cegueira, enquanto lida com os desafios típicos da adolescência, agora intensificados por essa nova condição.
Por fim, Sem Coração mergulha nas complexidades da vida numa vila pesqueira no litoral de Alagoas, onde uma moça enigmática, marcada por uma cicatriz no peito, desperta a atração de outra jovem prestes a deixar o local rumo a Brasília. O filme de Nara Normande e Tião aborda desejo, mistério e transformação.
Cada um desses filmes apresenta uma visão única da realidade brasileira, com temas que variam da memória política à luta pelo corpo, dos dramas adolescentes às complexidades sociais e econômicas.
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