Diretor lendário de 'Twin Peaks', David Lynch morre aos 78 anos

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David Lynch, renomado cineasta responsável por obras icônicas como Cidade dos Sonhos (2001) e a série Twin Peaks, faleceu aos 78 anos. A causa da morte não foi revelada, mas o diretor havia anunciado em 2024 que sofria de enfisema pulmonar, doença agravada pelo hábito de fumar desde os oito anos de idade.
A família de Lynch expressou sua tristeza em um comunicado nas redes sociais: “Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco. Mas, como ele diria, ‘fiquem de olho na rosquinha, e não no buraco’.”

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Lynch começou sua carreira nas artes visuais, mas foi no cinema que deixou um legado profundo. Seu primeiro longa-metragem, Eraserhead (1977), tornou-se um clássico cult. Em 1980, ele ganhou destaque com O Homem Elefante, indicado a oito Oscars, incluindo Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado.
Apesar de reveses como o fracasso da adaptação de Duna (1984), Lynch voltou a brilhar com obras como Veludo Azul (1986), que lhe rendeu uma nova indicação ao Oscar, e Coração Selvagem (1990), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Na televisão, Lynch revolucionou o gênero de mistério com Twin Peaks (1990). “Quem matou Laura Palmer?” tornou-se uma das perguntas mais intrigantes da TV, conquistando um público fiel. O projeto ganhou continuidade em 1992 com o filme Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer* e, em 2017, uma elogiada terceira temporada.
Outro marco de sua carreira foi Cidade dos Sonhos (2001), filme que revelou Naomi Watts ao estrelato e consolidou o estilo surrealista de Lynch. “Cidade dos Sonhos” rendeu ao diretor o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes e uma indicação ao Oscar.
Além de dirigir, Lynch também atuou. Seu último papel foi em Os Fabelmans (2022), interpretando o lendário diretor John Ford.
David Lynch visitou o Brasil em 2008 para divulgar seu livro Em Águas Profundas – Criatividade e Meditação. Praticante de meditação transcendental desde os anos 1970, ele creditava à prática grande parte de sua criatividade.
“Um artista não precisa sofrer para mostrar sofrimento, ele só tem que entender o sofrimento”, disse Lynch na ocasião. “A meditação é uma técnica que abre as portas para o infinito e permite que a criatividade flua livremente.”
Sobre o ambiente de trabalho, o cineasta tinha uma abordagem única:
“Gosto de trabalhar em um set feliz, como uma família. Acho que o set tem que ser um lugar seguro para o ator, onde ele possa se aprofundar. O medo e a pressão prejudicam a criatividade e, consequentemente, o trabalho.”
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