Manaus/Am - A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou nesta quarta-feira, 19, o Workshop  Implementação do BIM (Building Information Modeling), no auditório Gilberto Mendes de Azevedo-FIEAM. O evento promovido pela CBIC, através da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT), e pelo SENAI Nacional, com realização pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) e Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (ADEMI-AM), reuniu estudantes, professores, engenheiros, arquitetos, associados dos sindicatos, e demais profissionais,  para debaterem a eficiência da plataforma e o ganho de positividade na aplicação em qualquer tipo de obra da construção civil.

O Workshop BIM está rodando as principais capitais brasileiras para apresentar o que existe mais moderno em plataforma de softwares desenvolvedores de projetos em 3D, 4D, para a construção civil. O objetivo é democratizar o conhecimento sobre o tema e oferecer subsídio à implementação da metodologia nas empresas. “Hoje o BIM é a mais importante bandeira da COMAT/CBIC, no que tange a investimento em inovação, com bons resultados já no curto prazo para as construtoras quanto à melhoria da qualidade e produtividade”, ressalta o presidente da COMAT, Dionyzio Antonio Klavdianos.

Em Manaus algumas empresas da construção e órgãos públicos já começam a requerem a plataforma. De acordo com diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Claudio Guenka, a prefeitura se organiza para a chegada do BIM. “Os órgãos públicos precisam se adequar até 2020, então o Implurb correndo atrás já começou a conversar sobre o BIM a fim de parametrizar e desburocratizar seus processos” explica.

O presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, destaca a importância da aplicação do BIM nos projetos, sobretudo no ganho de produtividade. “A inovação, a economia, o encurtamento de prazos, são essenciais para as construtoras na cidade. É necessário que as construtoras locais sensibilizem-se para todos os benefícios que o BIM propõe, isso vai equiparar o mercado local ao nacional”.

Rogério Suzuki, palestrante, e representante das empresas desenvolvedoras do BIM, explicou que toda a mudança gera dúvida, mas que é preciso conhecer a fundo a tecnologia BIM para se ter consciência do uso e sua efetividade. “No passado usávamos máquina de datilografar, hoje usamos computadores altamente modernos para viabilizarmos praticamente tudo. Na engenharia utilizávamos pranchetas, hoje utilizamos softwares ultra avançados para o desenvolvimento de projeto, ou seja, não há como fugir das novas tecnologias, é nesse sentido que o BIM vem revolucionando o mercado mundial”.

O arquiteto profissional, Jomini Carlos Mineiro, que acompanhou as palestras, relatou a diferença das ferramentas. “Ainda utilizamos em Manaus softwares 2D com nossos parceiros, hoje é importante migramos para a plataforma BIM, pois facilita na integração entre estrutura, arquitetura, instalações hidráulicas, elétricas, tudo em um só projeto numa única plataforma, reduzindo o tempo de execução do projeto; assim entregamos ao cliente um projeto com maior precisão detalhes”.

Para o acadêmico de arquitetura, Lucas Santana, muitos recursos do sistema BIM ainda eram desconhecidos, e que a partir do Workshop foram revelados. “A parte de desenho eu já conhecia por ter experimentado o Revit Architecture, porém a outras ferramentas como levantamento e medidas feitas com escâneres a laser, fotos com drone, toda essa parte de compatibilização de projeto, nos dá uma visão melhor”, analisa.

Ao final do Workshop, os participantes puderam realizar questionamentos ao palestrantes sobre a implementação da plataforma e experiências de uso em obras de nível nacional e mundial.

Saiba mais sobre o BIM e a revolução no setor da construção

O BIM não é uma tecnologia nova, embora o termo empregado seja ainda relativamente pouco conhecido. Tem sido utilizado em diversos segmentos em que a complexidade logística(ex: uma montagem em alto-mar – offshore, na indústria automobilística ou de aviação), exige maior investimento e precisão no desenvolvimento dos projetos.

Diferentes modelos BIM podem ser desenvolvidos. No BIM, os objetos são paramétricos e inteligentes, detêm informações sobre si próprios, sobre seu relacionamento com outros objetos e oferecem ao usuário a possibilidade da alteração das medidas, dentre outras possibilidades. Os modelos 3D BIM de edificações e instalações são desenvolvidos a partir de objetos virtuais, que correspondem aos componentes previstos e necessários para a futura construção real.

Além das informações que já vêm ‘integradas’ aos objetos virtuais BIM, também é possível inserir e gravar novas informações nos próprios objetos, que funcionam como contêineres de dados ou pastas de arquivo de informações.

Dessa maneira, os softwares BIM operam como grandes gerenciadores de bancos de dados, e oferecem aos usuários diversas formas da visualização e organização dos dados e informações que compõem um modelo BIM; sejam imagens tridimensionais que o usuário pode manipular, girar, dar zoom, ligar e desligar partes e tipos de componentes; sejam tabelas, por exemplo, das quantidades de componentes inseridos num modelo. Há ainda a possibilidade de simulação, por exemplo, de eficiência energética da edificação que está sendo concebida.

Os softwares BIM específicos para o desenvolvimento de modelos autorais (de arquitetura, estruturas, instalações, etc.), já vêm com bibliotecas de objetos que, além de conterem todas as informações sobre sua geometria (tamanhos, espessuras, etc.), também podem discriminar  materiais, o atendimento de Normas e outras informações importantes para a especificação e para o desempenho da construção.