Governo só divulga meias verdades sobre a Copa 2014
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Depois dos protestos pelo Brasil todo desde o início do ano, o governo federal decidu intensificar a divulgação dos benefícios do mundial nas redes sociais. Dados do invetsimento e estimativas passaram a ser espalhados por todo quanto com a hashtag #CopadasCopas.
Confira aqui sete meias verdades.
1. GASTO COM ESTÁDIOS JÁ ULTRAPASSOU INVESTIMENTO EM MOBILIDADE
O governo federal afirma que a maior parte do investimento da Copa é em infraestrutura. O custo oficial das arenas da Copa é de R$ 8 bilhões, já o custo de todos os projetos de melhoria no transporte público é R$ 7 bilhões. Porém o custo com os estádios continuam subindo. Responsáveis pela obra da Arena da Baixada, em Curitiba, já anunciaram que o estádio saíra R$ 54 milhões mais caro do que o que está informado hoje na matriz.
2. ECONOMISTAS ALERTAM QUE BENEFÍCIOS FORAM SUPERESTIMADOS
A Embratur divulgou um estudo no qual informa que turistas que viajarão pelo Brasil devem gastar R$ 25,2 bilhões por aqui, o que compensaria os R$ 22,5 bilhões que governos estariam investindo para organizar o torneio. lista de projetos necessários para a realização do Mundial não inclui gastos já anunciados com o torneio. Para receber jogos da Copa, cidades-sede vão precisar instalar as chamadas estruturas temporárias em volta de seus estádios. Na Copa das Confederações, isso custou R$ 200 milhões aos cofres públicos. No Mundial, isso pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo o Ministério Público.
3. IRIA 'NACIONALIZAR', MAS SELEÇÕES CONCENTRARAM-SE EM 9 ESTADOS
O governo investiu na reforma e construção de centros de treinamento ou estádios Brasil afora com o objetivo de "nacionalizar" a Copa do Mundo de 2014, ou seja, levá-la a lugares em que as partidas não chegarão. A ideia era que locais que não serão sede do torneio acabassem se beneficiando ao hospedar um time participante.
32 seleções resolveram ficar em CTs disponíveis em nove Estados, número menor do que o de estados-sede da Copa do Mundo.Só em CTs que não receberão nenhuma equipe durante a Copa do Mundo, o governo federal investiu R$ 149 milhões. O Ministério do Esporte voltou a afirmar que esse investimento faz parte da missão do órgão de fomentar a prática esportiva no país.
4. RETORNO DE ESTÁDIOS É BEM MENOR QUE O DIVULGADO
O governo federal usou informações de uma reportagem da Agência Brasil para afirmar que os estádios da Copa do Mundo 2014 inaugurados no passado já estariam dando retorno financeiro. De acordo com o texto, seis arenas teriam arrecadado R$ 176,5 milhões com a venda de ingressos durante o Campeonato Brasileiro de 2013.
Só que o site Máquina do Esporte, especializado em economia e mercado esportivo, fez um estudo sobre a renda dos estádios e chegou à conclusão que o dado divulgado está errado. Segundo o site, a renda informada diz respeito à receita acumulada em todos os estádios do Brasil durante o Campeonato Brasileiro. Os seis estádios do Mundial usados no torneio geraram uma receita de R$ 99 milhões. Descontados os impostos e taxas, a receita líquida foi de R$ 34,7 milhões.
5. INVESTIMENTO EM CATADORES DE RECICLÁVEIS NÃO SAI DO PAPEL
A presidente Dilma Rousseff disse no fim de 2013 que o governo está investindo na inclusão de catadores de recicláveis em cidades-sedes da Copa do Mundo. O problema é que esse investimento não dá resultado.
Para apoiar a ampliação da coleta seletiva de lixo em sedes do Mundial, o BNDES se ofereceu a pagar, a fundo perdido, iniciativas com esse objetivo. Todas as cidades que receberão partidas da Copa tinham acesso a recursos do banco federal. Das 12, só cinco decidiram tomar os recursos: Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. A decisão não significa, porém, que algo está sendo feito.
Brasília pediu R$ 21 milhões ao BNDES para apoiar catadores. São Paulo, R$ 40 milhões. Segundo o próprio banco, nenhum centavo desse dinheiro chegou aos trabalhadores. Os desembolsos são feitos à medida que os projetos são realizados.
O Rio de Janeiro conseguiu R$ 22 milhões para apoiar projetos de reciclagem. Na época em que firmou contrato com o BNDES, o banco informou que visava a melhorias até a Copa do Mundo. A conclusão dos projetos já foi adiada e a prefeitura, agora, mira melhorar a coleta seletiva da cidade para Olimpíada.
6. INVESTIMENTOS EM ENERGIA PARA COPA ESTÃO PELA METADE
O governo diz que a Copa do Mundo de 2014 serve para, entre outras coisas, acelerar investimentos no setor energético do Brasil. Na imagem divulgada em redes sociais, o governo informa que 142 obras para reforçar o suprimento de energia estão ligadas ao Mundial. Porém, faltando cinco meses para o torneio, só 80 delas estão prontas.
O Brasil teve um apagão neste mês. Onze Estados, de quatro regiões ficaram sem luz. Cerca de 3,5 milhões foram afetados. Após o apagão do início do mês, o Ministério de Minas e Energia divulgou uma nota oficial. Nela, informou que o fornecimento de energia está garantido no Brasil.
7. ESTÁDIO É SUSTENTÁVEL, MAS NÃO ATENDE NOVO 'PADRÃO FIFA'
Castelão, de Fortaleza , foi o primeiro estádio da Copa do Mundo de 2014 a receber um certificado de sustentabilidade Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). Segundo Raphael Mesquita, gerente Engenharia e Operação da arena, o estádio obteve 47 pontos em sua avaliação e ficou com a certificação básica.
Para o Ministério do Esporte, essa observação é "descabida". O órgão ressaltou que a exigência da Fifa só recaíra sobre estádios da Copa do Mundo de 2018 porque o governo brasileiro resolveu exigir a certificação para financiar obras para o Mundial.
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