Dupla inglesa encara trio Bonmatí, Putellas e Paralluelo na final
A dupla do Barcelona fala à Fifa sobre como enfrentar colegas de clube no maior palco do esporte
Sidney/Austrália - "Acho que vai ser um pouco estranho no começo", exclama Keira Walsh sobre a perspectiva de um emocionante duelo de meio-campo com Aitana Bonmatí e Alexia Putellas, suas companheiras de Barcelona, na final da Copa do Mundo Feminina, que acontece no domingo, informou a Fifa*.
As inglesas Walsh e Lucy Bronze ajudaram o gigante catalão a dominar as ações na Espanha e conquistar a Europa na temporada 2022/23, mas agora estão prestes a encarar várias colegas de clube no confronto pela taça mais cobiçada do futebol.
Em conversa com a Fifa após a emocionante vitória na semifinal sobre a anfitriã Austrália, Walsh falou sobre as relações próximas que construiu com as espanholas que atuam no Barcelona.
Se ver na final
"Nós dizíamos 'tomara que a gente se veja na final', mas eu não esperava que isso fosse acontecer", admitiu a estrela da seleção inglesa, que assinou com o Barça no ano passado. "Estou empolgada. Trocamos mensagens antes de cada jogo na Copa do Mundo desejando boa sorte, mas talvez não façamos isso no domingo", brincou.
Quanto à habilidosa Bonmatí, Walsh enfrentará uma das jogadoras de maior destaque no torneio até agora.
"A Aitana é uma grande jogadora", disse Walsh. "É contra esse tipo de pessoa que você quer jogar. A gente se enfrenta nos treinos todos os dias e isso eleva o meu futebol. Na verdade, ela é uma grande amiga, mas eu sei que assim que entrarmos em campo, vamos competir."
Desafio para inglesas
Já Bronze não poupou palavras para expressar o tamanho do desafio que a Inglaterra enfrentará no Estádio Austrália no domingo à noite. Apesar disso, a incansável lateral-direita já pôde identificar alguns pontos fracos na estrutura defensiva espanhola e está convencida de que a Inglaterra tem as armas certas para explorá-los.
"A Espanha tem as jogadoras mais habilidosas do mundo, na minha opinião", elogiou a defensora, que também assinou com o Barcelona em 2022. "Elas foram incríveis neste torneio e dominaram a maioria dos jogos pela posse de bola."
Mas, segundo Bronze, se as espanholas têm pontos fortes, elas também têm pontos fracos. "Assistimos ao jogo delas contra o Japão [quando a Espanha foi derrotada por 4 a 0], então elas já sofreram uma derrota pesada nesta Copa do Mundo. Isso é algo que podemos analisar."
Sarrafo em campo
Nas quartas, vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia depois de sair atrás no placar. Já na semifinal — depois de Sam Kerr levantar o Estádio Austrália com um golaço que empatou a partida — as inglesas subiram o sarrafo mais uma vez para marcar dois gols e garantir uma vaga na grande final.
"Essa é a mentalidade da equipe e como a Sarina [Wiegman] nos preparou", disse Walsh. "Ela acredita na gente, e podemos sentir isso. Mesmo quando estamos contra a parede, sempre conseguimos retomar. Temos jogadoras de frente que conseguem fazer coisas mágicas, e foi isso que elas fizeram novamente contra a Austrália."
Para a jogadora, a ficha de ter se classificado para a decisão ainda não caiu. "É isso que você quer desde o início da competição, mas conseguir chegar lá é meio louco!"
Além de Walsh, que terá de encarar uma batalha barcelonista na meia-cancha, quem também está pronta para enfrentar rostos conhecidos é a defensora Bronze. Ela terá de parar Salma Paralluelo, sensação espanhola que vem desempenhando um futebol de tirar o fôlego no Mundial jogando pelas pontas. A jovem de 19 anos vem contribuindo de forma direta para o sucesso espanhol, tendo balançado as redes na vitória sobre a Holanda, nas quartas de final, e no triunfo diante da Suécia na semifinal.
Amizade não atrapalha
Com essa amizade toda, será que Bronze vai tirar o pé nas divididas de bola com Paralluelo na decisão de domingo?
"De jeito nenhum! Amigas ou não, sem chance!"
(*) Informações da Fifa
ASSUNTOS: Copa do Mundo Feminina, Esportes