Obesidade entre crianças e jovens aumenta dez vezes em 40 anos
A obesidade infantil atinge atualmente dez vezes mais crianças e adolescentes do que na década de 1970. Isso significa que o grupo de indivíduos entre 5 e 19 anos que estão acima do peso saltou de 11 milhões naquela época para 124 milhões. É um contingente de jovens equivalente a quase toda a população do México, estimada hoje em 127 milhões segundo o Banco Mundial, que sofre de uma condição que pode prejudicar a saúde na vida adulta.
O dado foi revelado ontem por um novo estudo liderado pelo Imperial College de Londres e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), descrito na revista internacional “The Lancet”. Os pesquisadores compararam dados sobre o peso de crianças e jovens em 1975 e em 2016. E verificaram que, nessas quatro décadas, o índice de obesos cresceu de 0,7% para 5,6% entre meninas, e de 0,9% para 7,8% entre meninos.
Divulgado na véspera do Dia Mundial da Obesidade, comemorado hoje, o estudo avaliou quase 130 milhões de pessoas de 200 países. Destas, 31,5 milhões eram indivíduos com idades entre 5 e 19 anos, a faixa etária que registrou maior avanço no excesso de peso.
As taxas de obesidade em crianças e adolescentes continuam a aumentar em países de baixa e média renda, o que é preocupante. Mais recentemente, esse índice estabilizou em países de renda mais alta, embora permaneça inaceitavelmente alto — afirmou o autor principal do estudo, Majid Ezzati, da Escola de Saúde Pública do Imperial College.
No Brasil, 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos estão obesos. Já os países com maiores índices de obesidade infantil são pequenas ilhas no Pacífico. Isso parece curioso, mas tem fácil explicação: como esses países têm uma produção agrícola fraca, dependem muito da importação de alimentos. As crianças ficam mais expostas a comidas industrializadas, que são mais baratas. Outro fator é que, historicamente, essas etnias tiveram pouco acesso à comida. Seus organismos foram “programados” para
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