O economista brasileiro Larry Pinto de Faria Jr , à época com 43 anos, nascido em Porto Alegre, atendia um cliente por telefone quando às 8h46 ouviu um estrondo que fez sua mesa estremecer. Ele foi até a janela mais próxima e avistou destroços caindo do céu. Larry estava na torre norte do World Center, em Nova Iorque (EUA), a primeira a ser atingida pelo avião sequestrado por terroristas. Hoje aos 63 anos, Larry mora em São Paulo mas relembra com nitidez a tragédia acontecida 20 anos atrás.

3 brasileiros constam na lista de vítimas do Memorial & Museu Nacional do 11 de Setembro onde Larry trabalhava com operações financeiras, e estava no prédio há cerca de 1h quando a torre norte foi atingida por um avião comercial entre os andares 93 e 99. O porto alegrense trabalhava no 25o dos 110 andares do prédio.

“Eu estava ao telefone com um cliente quando senti aquele baque. Foi um som ensurdecedor, uma pancada muito grande no edifício. Quando deu a pancada, o prédio fez um pêndulo até se ajeitar. Eu olhei para o colega que estava do lado disse: `vamos embora que isso aqui vai cair”, contou.

Segundo ele, os colegas que trabalhavam a mais tempo no local acreditavam que o impacto tinha sido causado por uma bomba, pois em 1993 o prédio já tinha sido alvo de um atentado quando um caminhão com explosivos destruiu o subsolo do edifício matando 6 pessoas e ferindo outras mil.

De volta pra casa

Ele tentava voltar para casa, em Nova Jersey, e o trajeto era feito de barco ou trem, mas as opções de transporte foram suspensas e, enquanto aguardava para voltar para casa, viu a torre sul desabar. “Olhei para a esquerda e só vi a antena que tinha na ponta do World Trade Center vindo abaixo. Meu Deus, aquela hora foi um pavor, foi o momento que eu mais tive medo, porque o prédio desabou. Corri como nunca na minha vida, junto com outros sobreviventes para nos proteger dos destroços e da fuligem”, relembra.

Além das Torres Gêmeas, a Al-Qaeda sequestrou aviões que caíram sobre o Pentágono, nos arredores de Washington e na Pensilvânia. Uma hora e meia após o incidente, ele também conseguiu se comunicar com a família para tranquiliza-los. No total, foram 86 colegas de trabalho mortos no incidente.