Uma das descobertas consideradas mais espetaculares dos últimos tempos foi noticiada por vários jornais da Europa neste mês de abril. Arqueólogos israelenses desenterraram duas dúzias de fragmentos de Pergaminhos do Mar Morto em uma gruta denominada “Caverna do Horror”, situada no Deserto da Judeia.

Os fragmentos revelaram versículos dos livros de Zacarias e Naum, que compõem os escritos dos Livros dos Doze Profetas Menores, que são os 12 últimos livros proféticos do Antigo Testamento da Bíblia.

Um fragmento diz: “Estas são as coisas que vocês devem fazer: falar a verdade uns aos outros, fazer justiça verdadeira e perfeita em seus portões”.

Essa é a primeira descoberta de tais textos religiosos judaicos em mais de meio século e foi feita durante uma operação de defesa do patrimônio arqueológico no deserto da Judeia visando combater a ação de ladrões de antiguidades.

O fato, considerado excepcional, foi noticiado amplamente nos grandes veículos de comunicação da Europa, como a BBC News e o Jornal “The Guardian” e outros órgãos internacionais.

CAVERNA DO HORROR

Essa operação foi iniciada no ano de 2017 e nela arqueólogos israelenses conseguiram desenterrar cerca de duas dúzias de fragmentos de pergaminhos do Mar Morto em uma gruta denominada “Caverna do Horror”.

Uma autoridade de Israel teria comentado que pela primeira vez, em 60 anos, as escavações arqueológicas revelaram fragmentos de um pergaminho bíblico.

A “Caverna do Horror” tem esse nome por estar situada a cerca de 80 metros abaixo do cume de um penhasco, sendo quase inacessível, a não ser pelo uso de rapel.

Mas ela é referência arqueológica desde 1961 por outras descobertas de tamanha importância. Naquele ano, fragmentos semelhantes aos encontrados agora e cerca de 40 esqueletos foram descobertos no local.

De acordo com o divulgado, os pergaminhos encontrados estão na língua grega, idioma foi adotado na região após a conquista da Judeia por Alexandre Magno no século 4 a.C. Apenas o nome de Deus está em hebraico.

Para os arqueólogos, os pergaminhos pertenciam a rebeldes judeus que teriam se instalado no local entre 130 e 136 d.C., após a fracassada revolta de Bar Kochba contra os dominadores romanos.

Além dos pergaminhos, houve a descoberta de moedas raras do período da revolta judaica, um esqueleto mumificado de uma criança de 6 mil anos e uma grande cesta intacta datada de cerca de 10.500 anos atrás, a mais antiga encontrada desse jeito até essa data.