As polêmicas que cercam consumo de carne porco e os seguidores do islamismo
O consumo de porco cresceu 58% nos últimos 20 anos no mundo, mas algumas religiões rejeitam esse alimento, caso do islamismo, porque no Alcorão, livro sagrado dos seguidores dessa religião, Allah teria proibido de comer o animal.
A exceção a essa regra islâmica só existe em casos em que a pessoa corra risco de vida e não disponha de nenhum outro tipo de alimento. Ou seja, só pode comer essa carne caso disso dependa a vida da pessoa. A base do princípio islâmico seria o shari, que diz: “Em casos de necessidade, as coisas ‘haraa’ são permitidas”. Ou seja, ‘haraam’ seriam os atos ilícitos e halaal, as coisas lícitas.
“Ele vos proibiu, apenas a carne do animal morto, e o sangue, e a carne de porco...”, afirma o Alcorão, 2:17. Isso por considerar a carne de porco impura, maligna e ilegal, o que explicaria sua proibição.
Outra explicação sobre a proibição da ingestão da carne deste animal está baseada na higiene, já que ele sobrevive na lama e chega a comer as próprias fezes, o que tornaria um animal pouco saudável para consumo humano.
Uma investigação feita pela Consumer Reports em 2013, revelou que 69% de 200 amostras de carne de porco crua testadas nos Estados Unidos, estavam contaminadas com bactérias perigosas como a Yersinia enteroclitica, a salmonela, a Staphylococcus aureus, a Listeria monocytogenes, conhecidas como as causas mais comuns de doenças transmitidas por alimentos.
DOENÇAS
A carne suína pode transmitir algumas doenças como a triquinose, a cisticercose e hepatite. Isso porque, por natureza, porcos são animais que comem quase de tudo, incluindo comida estragada, fezes e a lentidão do seu sistema digestivo o impede de remover todas as toxinas acumuladas em seu corpo, que acabariam sendo depositadas em suas células de gordura e em seus órgãos.
Estudos apontam também que por serem hospedeiros de uma série de parasitas, vírus e outros microrganismos, muitos dos quais podem ser diretamente transmitidos aos seres humanos, como a Taenia solium, a Trichinella spiralis e o Toxoplasma gondi. Então o consumo seguro de carne de porco deve ser moderado.
Mas enquanto alguns afirmam que nem mesmo com o cozimento da carne é possível reduzir o risco de contaminação, o relatório divulgado pelo Consumer Reports afirma que, ao atingir uma temperatura interna de pelo menos 63°C para costelas de porco e 71°C para carne de porco moída, é possível sim acabar com as bactérias potencialmente prejudiciais.
Os defensores do consumo de porco, no entanto, contestam essas críticas, lembrando que depende das condições proporcionadas pelos criadores, cuja maioria mantém a higiene nos criadouros.
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