Estratégias para segurança nas fronteiras do AM são debatidas em Manaus
A tarefa de fortalecer o sistema de segurança do Amazonas em uma região de aproximadamente 3 mil quilômetros de fronteiras compartilhadas com Peru, Colômbia e Venezuela vulneráveis ao tráfico de drogas, contrabando, exploração ilegal de madeira, minério e pescado passa inevitavelmente pela presença ostensiva do Estado e pela valorização das populações nativas, além da ampliação de recursos, defendeu o secretário de Estado de Segurança, Sérgio Fontes, na XIX Reunião do Núcleo de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Amazonas (Niffam), realizada nesta segunda-feira, 27 de março, na sede do Governo do Estado.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI), o Niffam sistematiza ações de segurança e desenvolvimento em municípios amazonenses limítrofes a outros países e vizinhos a outros Estados, entre eles Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant, Santo Antônio do Içá, São Gabriel da Cachoeira, Japurá, Santa Izabel do Rio Negro, Barcelos, Guajará e Boca do Acre. Os desafios e os sistemas operacionais de segurança foram o tema da primeira reunião do Niffam neste ano.
O secretário de Estado de Planejamento, José Jorge do Nascimento, ressaltou a importância de uma ação propositiva dos agentes que compõem o Niffam. “O Governo espera ter propostas viáveis que possam apontar para a execução de ações efetiva”, enfatizou.
Democrático
Com larga experiência no acompanhamento de planos de segurança nas regiões de fronteiras, o secretário Sérgio Fontes disse que o Governo não espera fechar as fronteiras como forma de superar os problemas existentes nessas áreas. “Somos um país democrático, não temos a pretensão de fechar fronteiras, mas precisamos controlá-las”, detalhou.
O Amazonas vem atuando de forma sistemática, disse Fontes, instalando postos de controle em áreas visadas como Tabatinga e Boca do Acre e recorrendo a drones no monitoramento das cidades do interior.
O coronel Dovanil Camargo Júnior, representante do Comando Militar da Amazônia (CMA), disse que existem atualmente cerca de 9 mil militares distribuídos por 24 pelotões cobrindo fronteira com cinco países, incluindo Bolívia e Guiana, em ações de combate ao tráfico de drogas e armas, contrabando, garimpos clandestinos, invasões e outras ameaças. “Infraestrutura precária e vazio de poder continuam sendo os maiores entraves no controle das fronteiras”, destacou.
Integração
O Niffam é uma iniciativa do Ministério da Integração Nacional, em parceria com o Estado do Amazonas e uma rede de instituições locais, para reforçar a presença do poder público na região fronteiriça. Compõem o Niffam mais de 40 entidades, associações, cooperativas e órgãos de fomento como Suframa, Inpa, Associação Comercial do Amazonas, Ufam, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Fundação Estadual do Índio e Comando da Marinha entre outros setores.
As reuniões do Niffam passam agora a ser itinerantes. A próxima deve ocorrer em 26 de maio, no Centro de Convenções Vasco Vasques.
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