ONU denuncia tortura e violência sexual contra manifestantes no Chile
SÃO PAULO O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos denunciou nesta sexta-feira (13) casos de estupro, tortura e abusos cometidos tanto pela polícia quanto pelas Forças Armadas do Chile na repressão dos protestos dos últimos meses.
No documento, produzido pelo órgão liderado pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, a missão da ONU contabiliza 24 casos de violência sexual, sendo 14 contra mulheres, seis contra homens, três contra meninas adolescentes e um contra um garoto adolescente.
Nesses episódios, as vítimas sofreram estupros, ameaças de estupros, tratamento degradante —como agachamentos forçados e nudez—, comentários homofóbicos e misóginos e lesões em órgãos genitais, além de terem seus corpos apalpados.
Grande parte das mulheres entrevistadas e que foram detidas em diferentes regiões do país relataram que foram forçadas a ficar nuas e fazer agachamentos.
O relatório teve como base 235 entrevistas com vítimas e outras 60 com agentes de segurança, incluindo alguns que sofreram ferimentos durante as manifestações.
A missão das Nações Unidas foi convidada pelo presidente chileno, Sebastían Piñera, para investigar eventuais violações de direitos humanos cometidas durante a repressão aos protestos.
O documento afirma também que alto número de manifestantes que tiveram ferimentos nos olhos —aproximadamente 350, segundo o documento— "constitui uma forte base para se acreditar que 'armas menos-letais' foram usadas de forma imprópria e indiscriminada".
O órgão da ONU relata que ao menos 28.210 pessoas foram detidas durante os atos, grande parte delas jovens sem antecedentes criminais.
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