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Alta temporada do turismo de verão deve gerar R$ 157 bilhões na economia

Por Folha de São Paulo

02/01/2025 15h45 — em
Economia



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A temporada de verão do turismo brasileiro deverá movimentar a economia com um faturamento de mais R$ 157 bilhões, segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O número representaria um aumento de 1,7% em relação ao último ano.

O período das férias de verão representa um pico das atividades turísticas no país, que concentra aproximadamente 44% da receita anual do setor. Para Fábio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, o mercado de trabalho aquecido tem favorecido o turismo.

Com a taxa de desemprego de 6,2%, mais brasileiros estão com capacidade financeira para investir em viagens. Contudo, o especialista ressalta que o crédito mais caro, devido ao aumento da taxa de juros, pode desafiar o crescimento do setor.

Bentes afirma que o panorama para a alta temporada é favorável apesar dos valores das passagens aéreas. "Ao contrário de ocasiões anteriores, a passagem foi, até o ano passado, uma espécie de freio de avanço do turismo. O setor depende muito do custo da passagem aérea."

Os valores das passagens apresentam redução em comparação com o mesmo período de anos anteriores. Segundo dados do IPCA-15, houve uma queda de 21,1% no preço médio das passagens nos 12 meses até outubro, após um aumento superior a 50% entre 2021 e 2023.

"Isso não significa que a passagem aérea esteja barata, ela não está, ela é caríssima", explica Bentes. "Nós acreditamos que a variação negativa desse preço vai ajudar a impulsionar um pouco mais o setor."

A pesquisa ‘Tendências de turismo verão 2025’, divulgada pelo Ministério do Turismo no mês passado, projeta que o setor movimentará R$ 148,3 bilhões no período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025.

Esse valor é baseado em um gasto médio de R$ 2.514,00 por pessoa, o que representa um aumento de 34% em comparação ao verão anterior, quando a média foi de R$ R$ 1.877,00. O levantamento também aponta que 59 milhões de brasileiros pretendem viajar a lazer nesta temporada.

O turismo, que abrange os serviços de hospedagem, transporte e alimentação, segue com boas perspectivas. A CNC prevê que os consumidores gastarão R$ 70,67 bilhões em bares e restaurantes e R$ 37,55 bilhões em transporte rodoviário.

A expectativa de aumento de receitas também se reflete na criação de empregos: a CNC estima a criação de 76,5 mil novas vagas no período de alta temporada. Caso se confirme será o maior número desde 2015, quando foram registrados 85,2 mil postos de trabalhos.

De acordo com o Ministério do Turismo, o setor criou 200,3 mil empregos formais de outubro de 2023 a setembro de 2024. O número representa mais de 10% do total de vagas geradas no Brasil.

Somente no setor de alimentação, a CNC projeta mais de 70% das vagas criadas, com um total estimado de 54,2 mil. Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), afirma que, nesta alta temporada, os consumidores estarão com maior poder de compra com a queda do desemprego.

"Esse conjunto de fatores, incluindo o acréscimo de um terço no salário das férias, cria um cenário bastante favorável para o aumento das receitas no setor", afirma Solmucci.

Para Fábio Mader, vice-presidente de produtos e pricing da agência de viagens CVC, o público brasileiro já incorporou o hábito de viajar a lazer. "Nós percebemos que o brasileiro não deixa de viajar, mas a viagem do sonho está dando lugar para aquela que cabe no bolso".

Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de setembro, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, apontou que, em 2023, 97% dos 20,4 milhões de brasileiros entrevistados viajaram dentro do país, gerando R$ 20 bilhões na economia.

"Alguns meses, como férias de janeiro e julho, são de alta temporada e os preços tendem a ser mais altos, daí muitas famílias deixam para viajar no meio de janeiro, para economizar um pouco mais", afirma Mader.

Um dos principais cartões portais do país, a cidade do Rio de Janeiro está entre os dez destinos mais procurados para o verão. A cidade, famosa por suas praias e pontos turísticos, recebeu mais de 10 milhões de turistas nacionais e 1,3 milhão de estrangeiros, segundo a secretaria municipal de turismo.

De acordo com o Anuário do Turismo de 2023, da Prefeitura do Rio, os turistas nacionais que visitam a cidade gastam, em média, R$ 384,40, enquanto os estrangeiros têm um gasto médio de R$ 465,20. A permanência dos visitantes, tanto brasileiros quanto internacionais, é de três a quatro dias.

À reportagem, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), ressalta que, além de reconhecer a busca dos visitantes por lazer e o crescimento do turismo de negócios na cidade, o objetivo é ampliar ainda mais os indicadores do setor.

"Para isso, trabalhamos sem descanso, transformando o que já é bom em cada vez melhor, com excelência em hospitalidade, belezas e sabores, em carinho e experiência", afirma Paes.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio projeta que o período de dezembro de 2024 a março de 2025 deve gerar mais de R$ 100 milhões em arrecadação de impostos ligados ao turismo. No mesmo período em 2023/2024, a receita foi de R$ 94,8 milhões —um aumento de 8,8% em comparação com a alta temporada de 2022/2023.

"Queremos uma cidade receptiva e acolhedora e com cada vez mais qualidade e segurança para quem vem nos visitar, seja a lazer ou para fazer negócios", afirma Paes.

Além da capital Fluminense, outras cidades litorâneas estão entre os dez destinos nacionais mais procurados para o verão. De acordo com a agência de viagens CVC, sete das dez cidades estão localizadas no Nordeste, como: Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, Praia do Forte, Porto Seguro e Porto de Galinhas. Também figuram na lista de destinos São Paulo e a Serra Gaúcha.

O estado do Ceará atrai visitantes não só pela capital Fortaleza, mas também por outras cidades, como Jericoacoara e Canoa Quebrada. A secretaria estadual de turismo (Setur-CE) estima que, de dezembro a fevereiro de 2025, as taxas de ocupação da rede hoteleira ultrapassem os 80%.

Em nota, o governo do Ceará afirma que a previsão de receita para essa alta temporada é de cerca de R$ 6 bilhões. "Esse desempenho reforça o papel estratégico do turismo como motor da economia, representando um crescimento de cerca de 10%, na comparação com o mesmo período do ano anterior (dezembro a fevereiro de 2024)."


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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