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Bolsa e dólar sobem com novos dados de inflação dos EUA e reforma tributária no radar

Por Folha de São Paulo

11/07/2024 18h00 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira registrou seu nono pregão seguido de alta nesta quinta-feira (11), subindo 0,84% e terminando o dia aos 128.293 pontos. Novos dados mostrando desaceleração da inflação nos Estados Unidos e a regulamentação da reforma tributária no Brasil foram os principais eventos acompanhados pelo mercado.

"Temos mais um dia de Bolsa trabalhando no positivo por uma combinação de fatores. A aprovação da regulamentação da reforma tributária pela Câmara trouxe bastante otimismo, principalmente quando a gente olha a questão fiscal. Na semana retrasada, tivemos uma tensão em relação a falas do governo, à responsabilidade fiscal, e isso fez muito preço local. [A reforma] Acabou soando com um tom bem positivo", afirma Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

Nos EUA, o Departamento de Trabalho divulgou que o índice de inflação CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) desacelerou a 3% em junho, abaixo das previsões de 3,1% compiladas pela Bloomberg. Em maio, o índice havia ficado em 3,3%.

Os novos números reforçaram o otimismo do mercado sobre o desaquecimento da economia americana, que pode auxiliar o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a iniciar um ciclo de corte de juros mais rápido no país.

Após a divulgação, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados "treasuries", tiveram queda firme de quase 2%.

O dólar, no entanto, não acompanhou o movimento. A moeda americana chegou a abrir em queda e foi cotada a R$ 5,37 na mínima do dia, mas apagou as perdas e passou a operar em alta durante a tarde. Fechou com avanço de 0,52%, a R$ 5,441, com profissionais citando certo esgotamento da queda mais recente das cotações e alguns efeitos técnicos sobre o real do forte avanço do iene no exterior.

Nos EUA, os novos números de inflação melhoraram as projeções para a queda de juros no país.

"Acredito que a gente possa começar a pensar em talvez dois cortes de juros para o mercado norte-americano, o que ajuda e muito na valorização do real", afirma Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

O resultado se soma a dados recentes que têm mostrado a moderação do mercado de trabalho dos EUA, o que levou o presidente do Fed, Jerome Powell, a dizer em audiência no Congresso na terça-feira que o país não tem "mais uma economia superaquecida".

Os operadores aumentaram as apostas por um corte de 0,25 ponto na taxa de juros do Fed já em setembro, agora em 85%, de 70% mais cedo, uma vez que os resultados desta manhã devem elevar a confiança das autoridades do Fed em torno do retorno da inflação à meta de 2%.

O mercado também consolidava as apostas de um segundo corte pelo Fed em dezembro.

Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos treasuries diminuem.

Sobre o assunto, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, disse que acredita que a política monetária dos Estados Unidos está no lugar certo e que está observando os dados para ver se a inflação continua a se moderar de volta à meta de 2%.

A atual postura da política monetária norte-americana "é boa" e o atual nível da taxa básica, 5,25% a 5,5%, é apropriada "na atual conjuntura", disse Musalem.

Já Mary Dale, presidente do Fed de San Francisco, que as recentes leituras mais brandas sobre a inflação são um "alívio" e que ela espera que uma maior flexibilização das pressões sobre os preços e do mercado de trabalho justifique cortes na taxa básica de juros.

Na Bolsa brasileira, uma das principais altas foi da Petrobras, uma das empresas de maior peso do Ibovespa, surfando na subida do petróleo no exterior.

A commodity foi beneficiada justamente pelos novos dados de inflação desta quinta. Segundo analistas da Growmark Energy, a desaceleração dos preços e os cortes nas taxas de juros provavelmente estimularão mais atividade econômica, impulsionando as cotações o petróleo.

Com isso, o barril do petróleo brent fechou em alta de 0,4%, a US$ 84,50, e as ações da Petrobras subiram 0,70%.


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