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Dólar abre em leve queda nesta terça-feira de olho em discussão sobre juros nos EUA

Por Folha de São Paulo

16/07/2024 9h15 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em leve queda nesta terça-feira (16), com investidores ainda repercutindo o atentado contra Donald Trump no último final de semana e a perspectiva de um corte na taxa de juros norte-americana nas próximas reuniões de política monetária.

Às 9h06, a moeda norte-americana sofria desvalorização de 0,23%, cotada a R$ 5,4324.

O início da sessão vai na contramão do quadro visto na segunda-feira (15), quando as apostas de um novo mandato do ex-presidente Donald Trump elevaram a cotação do dólar em relação à maioria das moedas globais, sobretudo as de mercados emergentes.

O real se desvalorizou em 0,28%, com o dólar cotado a R$ 5,445 na venda. Já a Bolsa estendeu a sequência de pregões positivos, com alta de 0,33%, aos 129.320 pontos.

"Vemos um aumento considerável nas perspectivas de vitória de Trump na eleição que se aproxima, tomando como base tanto cenários anteriores na própria história americana, quanto o exemplo brasileiro, com a vitória do ex-presidente Jair Bolsonaro [após o episódio da facada desferida por Adélio Bispo em 2018]", avalia Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos e mestre em finanças pelo MIT Sloan School of Management.

De acordo com ele, a perspectiva de uma vitória republicana nas eleições traz um efeito de curto prazo na economia global, em especial pela memória do primeiro mandato de Trump.

"As Bolsas performaram muito bem na época por causa dos esforços agressivos na política de impostos. No curto prazo, devemos ver juros futuros americanos e perspectivas de inflação subindo, o que fortalece o dólar."

As propostas de Trump, hoje, miram novamente a política fiscal e monetária dos Estados Unidos. O ex-presidente defende uma nova reforma tributária, com corte nos impostos pagos por empresas norte-americanas e uma alíquota maior nas tarifas de importação feitas pelo país, o que tende a estimular o crescimento econômico e a inflação.

Com isso, o chamado "Trump Trade" afetou os títulos do Tesouro dos EUA, os Treasuries, com salto nas curvas de longo prazo e queda nas mais curtas na véspera.

Trump foi ferido após tiros serem disparados contra ele durante um comício em Butler, no estado da Pensilvânia, no sábado (13). Segundo o ex-presidente, ele foi atingido por uma bala que perfurou a parte superior da sua orelha direita. A campanha do republicano diz que ele passa bem, e o incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio.

As chances de uma vitória de Trump subiram no site de apostas PredictIt, usado como base para os mercados financeiros. Antes em 60% na sexta-feira, a possibilidade do republicano voltar à Casa Branca subiu para 67% na segunda, enquanto o atual presidente norte-americano Joe Biden ficou no patamar de 27%.

Do lado da política monetária, investidores mantinham o otimismo por um corte na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).

O presidente da autarquia, Jerome Powell, afirmou na segunda-feira que as três leituras de inflação dos EUA no segundo trimestre deste ano mostraram que "mais progresso" está sendo feito para trazer o ritmo de aumento de preços de volta à meta.

Para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, a fala de Powell "impulsionou os ativos nos EUA e teve reflexos positivos também no mercado brasileiro", além de ter ajudado a "retirar um pouco da pressão inicial dos Treasuries".


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