BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As empresas não financeiras avaliam que houve piora significativa na situação econômica do país nos últimos três meses, mostrou a pesquisa Firmus, divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (28).

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Blitzes de trânsito fora dos limites da legalidade em Manaus

Para metade das empresas consultadas pela autoridade monetária entre 10 e 28 de fevereiro, o sentimento predominante entre os profissionais do próprio setor de atividade é "discretamente negativo". No relatório de novembro, a cifra era de 36,8%. Ao todo, participaram 156 empresas, 20 a mais do que na rodada anterior.

O levantamento também mostrou que houve um salto entre aqueles que apontaram um sentimento "fortemente negativo" em relação à situação econômica do país na comparação trimestral, de 5,1% para 16,7% dos participantes da sondagem.

A pesquisa indicou que houve piora nas expectativas para as margens de resultados nos próximos 12 meses e que a maioria das empresas também projeta aumento acima de 4% dos custos com insumos.

As estimativas das companhias para inflação estão em linha com as projeções captadas pelo boletim Focus, que conta com a participação do mercado financeiro.

A mediana das expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano aumentou para 5,5% –acima do teto da meta perseguida pelo BC (4,5%). Em novembro do ano passado, a estimativa era de 4,2%. No Focus, por sua vez, a projeção para inflação de 2025 está em 5,65%, ante 4,34% três meses antes.

Para 2026 e 2027, tanto as empresas não financeiras quanto o mercado financeiro esperam que a inflação termine em 4,5% e 4%, respectivamente. Em novembro, a estimativa para o IPCA do ano que vem era de 4% no Firmus e 3,78% no Focus.

A mediana das expectativas das empresas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano permaneceu estável em 2% no período analisado, acima da estimativa do próprio BC. A autoridade monetária reduziu de 2,1% para 1,9% a sua projeção para o avanço da economia em 2025.

Os resultados da pesquisa Firmus constam também em apresentação feita pelo diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, em reunião com o Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, em Manaus.

Em novembro de 2023, o BC fez a primeira pesquisa piloto para testar o questionário e a validação das respostas. Na amostra inicial, foram selecionadas cerca de cem empresas, sendo as maiores companhias de cada setor da atividade econômica (exceto dos setores público e financeiro).

As informações da coleta inicial foram destinadas exclusivamente para uso interno e aperfeiçoamento do questionário, sem divulgação ao público.

No ano passado, o BC disse em nota que a percepção e as expectativas de empresas não financeiras constituem um instrumento "relevante" de informação "para melhor entendimento e análise da conjuntura econômica".