The Guardian anuncia saída do X e chama rede social de tóxica
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jornal britânico The Guardian anunciou nesta quarta-feira (13) que não publicará mais notícias na rede social X, antigo Twitter. Em editorial publicado em seu site, o veículo disse que a plataforma é tóxica e que o dono da rede, o bilionário Elon Musk, tem usado sua influência para moldar o discurso político.
"Queríamos informar aos leitores que não postaremos mais em nenhuma conta editorial oficial do Guardian na rede social X. Acreditamos que os benefícios de estar no X agora são superados pelos aspectos negativos e que os recursos poderiam ser melhor utilizados promovendo nosso jornalismo em outros lugares", escreveu.
O jornal disse que vem analisando essa possibilidade há "algum tempo", devido ao que chama de conteúdos perturbadores promovidos ou encontrados na plataforma, incluindo racismo e teorias da conspiração de extrema-direita.
"A campanha eleitoral presidencial dos EUA apenas reforçou o que já considerávamos há muito tempo: que o X é uma plataforma de mídia tóxica e que seu proprietário, Elon Musk, tem sido capaz de usar sua influência para moldar o discurso político", acrescentou.
O veículo britânico informou ainda que os usuários do X continuarão podendo compartilhar as reportagens do jornal na rede social e seus jornalistas seguirão utilizando a plataforma para coletar notícias assim, eventuais publicações de autoridades, por exemplo, publicados por meio do X continuarão sendo noticiadas. Em alguns casos, relatou, os conteúdos poderão ser anexados às matérias, como vários veículos de imprensa fazem hoje.
"As redes sociais podem ser uma ferramenta importante para organizações de notícias e nos ajudar a alcançar novos públicos, mas, neste momento, o X agora desempenha um papel reduzido na promoção do nosso trabalho", concluiu. O Guardian tem mais de 80 contas no X, com aproximadamente 27 milhões de seguidores.
Em reportagem que acompanha o editorial, o Guardian escreveu que Musk é um "autodeclarado absolutista da liberdade de expressão" e que, desde que comprou a plataforma em 2022, restabeleceu contas banidas, incluindo a do teórico da conspiração Alex Jones, do influenciador acusado de tráfico de mulheres Andrew Tate e do ativista britânico de extrema-direita Tommy Robinson.
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