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Haddad comemora com Janja carnes na cesta básica após enviar projeto sem a previsão

Por Folha de São Paulo

11/07/2024 17h30 — em
Economia



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou, ao lado da primeira-dama Janja, a inclusão da carne na cesta básica. A proposta original enviada por ele à Câmara dos Deputados em abril deste ano não incluía o item entre os produtos que terão alíquota zero na reforma tributária.

Em vídeo publicado no X (antigo Twitter) nesta quinta-feira (11), os dois comentam a desoneração do produto, proposta que contrariava o que pensava a equipe econômica do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na terça-feira (9), o ministro disse que a ampliação do "cashback" (devolução do imposto) na regulamentação da reforma tributária poderia compensar a ausência de proteína animal na lista de produtos da cesta básica --que terão alíquota zero quando a reforma for implementada.

"O presidente Lula também teve sua vitória ontem. O presidente tinha feito uma manifestação pública de que a carne tinha que estar na cesta básica porque afinal de contas o acesso à proteína animal tem que ser garantido a todos os brasileiros", diz o ministro no vídeo. "Nós conseguimos vencer a oposição e colocar a carne na cesta básica."

Ao longo da tramitação da reforma na Câmara, integrantes do governo afirmaram que Haddad não se opunha à inclusão da carne entre os produtos que não seriam tributados.

Apesar disso, após reunião com Lira e líderes da Casa, o ministro disse que a ampliação do "cashback" na regulamentação da reforma tributária poderia compensar a ausência de proteína animal na lista de produtos da cesta básica.

Em sua fala no vídeo, Haddad mencionou a decisão foi tomada mediante acordo entre as lideranças da Casa, incluindo o PL, que votou contra a reforma. O ministro diz ainda que o partido fez uma campanha contra a reforma, em uma linha de retrocesso e "não modernidade".

Segundo o ministro, o impacto da inclusão das carnes é de 0,53 ponto percentual na alíquota do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) nos cálculos do governo e de 0,57 ponto percentual pela conta do Banco Mundial.

O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, também defendia que o mecanismo de cashback era o melhor caminho, e sinalizava riscos de se aumentar a lista de produtos da Cesta Básica Nacional.

De acordo com ele, itens que terão alíquota zero, poderiam correr o risco de serem usados pelas empresas para elevar a sua margem de lucro, sem que o efeito da desoneração tributária chegasse ao consumidor final.

O presidente Lula, por sua vez, defendeu a inclusão da carne entre os itens da cesta básica, vontade manifestada também para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT). Lula também deu declarações públicas sobre o assunto, ao defender a isenção de impostos para o frango.

Durante lançamento do Plano Safra 2024/2025, Lula disse ainda que os empresários não precisam ter compromisso ideológico com o governo e defendeu tirar imposto da carne.

O volume de proteína animal consumida no país torna a medida um forte apelo popular, além de atender a uma das promessas de campanha de Lula, de que os brasileiros voltassem a comer carne, como a picanha.

Na publicação, a primeira-dama e o ministro iniciam o vídeo celebrando a decisão de equiparar os planos de saúde para animais à situação fiscal dos veterinários, o que barateia os convênios. A Reforma prevê uma alíquota reduzida de 30% para esses planos, demanda acatada no final das negociações pelo relator do projeto, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

"Para muita gente pode parecer um detalhe, mas para quem cuida do seu petzinho é uma questão importante", diz Haddad.

Segundo ele e a primeira-dama, até a apresentadora Xuxa se envolveu na negociação: "A Xuxa entrou no circuito, ela entrou em contato com os empresários que eu recebi na Fazenda", completou o ministro.


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