Johnson & Johnson é condenada a pagar quase US$ 5 bilhões por vender talco com amianto
NOVA YORK - O gigante farmacêutico Johnson & Johnson foi condenado a pagar US$ 4,690 bilhões a 22 mulheres e suas famílias que alegam que um talco vendido pelo grupo continha amianto e lhes causou câncer, decidiu um tribunal dos Estados Unidos.
A decisão é o último resultado de uma série de milhares de ações apresentadas contra Johnson & Johnson relacionadas ao talco. Segundo o advogado das vítimas, Mark Lanier, um juri composto por seis homens e seis mulheres em St. Louis, Missouri (centro), decidiu a favor das mulheres ao fim de seis semanas de julgamento. As 22 mulheres afirmavam que o uso do talco para sua higiene pessoal provocou câncer nos ovários.
“Por mais de 40 anos Johnson & Johnson encobriu a evidência da presença de asbesto em seus produtos”, disse Lanier em um comunicado.
O grupo declarou estar “profundamente decepcionado com o veredito” e destacou que a decisão de “conceder exatamente o mesmo valor a todas as demandantes, independentemente de seus dados individuais e diferenças legais, reflete que a evidência no caso foi simplesmente esmagada...”.
O grupo nega a presença de amianto em seus talcos e prometeu apelar da decisão.
Uma fibra mineral de amplo uso comercial, o amianto está proibido em grande parte do mundo desde o fim dos anos 90 por sua toxicidade e por ser potencialmente cancerígeno.
Em outubro, uma Corte de Apelações de Los Angeles barrou uma decisão que condenava a Johnson & Johnson a pagar US$ 417 milhões, assinalando que os argumentos dos demandantes eram insuficientes e vagos.
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