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Peritos do INSS encerram greve após 235 dias

Por Folha de São Paulo

11/04/2025 21h15 — em
Economia


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após 235 dias de greve, peritos médicos do INSS anunciaram nesta sexta (11) terem assinado um termo de acordo com o governo federal para encerrar a maior paralisação da história da categoria.

De acordo com a ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais), o pacto firmado ainda não corresponde à expectativa dos trabalhadores, mas "garante a estabilização do conflito classista e a segurança dos peritos".

A categoria reclamava da quebra de um acordo assinado ainda na gestão Jair Bolsonaro, que revia as metas individuais de cada servidor. Em julho, cerca de um mês antes da greve, o TCU (Tribunal de Contas da União) orientou o governo a adequar o programa de desempenho para aumentar as metas.

A greve fez a fila de espera por benefícios do INSS subir ao maior patamar desde 2020, quando foi implementado o INSS Digital. Em dezembro de 2024, havia 2,042 milhões de requerimentos represados no instituto.

"O modelo ideal de carreira ainda não é uma realidade, mas continuaremos lutando até o fim pela valorização, pelo respeito e pela dignidade que merecemos", diz a ANMP em nota.

Segundo o Ministro da Previdência Social, a expectativa é que os cerca de 300 peritos (10% do total de peritos) que entraram em greve no ano passado retomem seus postos de trabalho na próxima segunda (14).

Pelo acordo assinado, os médicos em greve vão repor os dias parados e o ministério vai restituir o salário descontado.

"Os cidadãos que, porventura, precisarem agendar atendimento, podem utilizar a Central de Atendimento 135 ou acessar o Meu INSS. O atendimento telefônico funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h", disse a pasta em nota.

A orientação para as pessoas que foram afastadas do trabalho por até 180 dias é utilizar o Atestmed, serviço online que permite a perícia documental sem a necessidade de perícia presencial.

As brigas envolvendo os peritos chegaram ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes pediu à PGR (Procuradoria-Geral da República) que avaliasse a abertura de uma investigação contra os grevistas. Ele entendia que o direito à greve não é absoluto nem pode se "sobrepor ao interesse dos segurados que, em grande medida, encontram-se em situação de vulnerabilidade".

Segundo o magistrado, a paralisação dificultava que pessoas em busca de benefícios previdenciários e assistenciais conseguissem usufruir de seus direitos.


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