Sedã Tucker 48 que pertenceu a George Lucas é exibido em museu de Campos do Jordão
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CAMPOS DO JORDÃO, SP (FOLHAPRESS) - O Tucker 48 descansa à sombra do cajueiro de crochê no Carde (sigla para Carro, Arte, Design e Educação), em Campos do Jordão (SP). O sedã de três faróis, que teve a história contada no cinema, é o terceiro de 51 unidades produzidas, de acordo com seu número de série. Comprado há oito meses em um leilão na Califórnia, custou aproximadamente R$ 8 milhões.
Os monitores resumem a saga do carro a cada 10 ou 15 minutos e destacam que pertenceu a George Lucas. O diretor e produtor de cinema foi um dos responsáveis pelo filme "Tucker: Um Homem e Seu Sonho", de 1988.
A obra dirigida por Francis Ford Coppola transformou o empresário Preston Tucker (1903-1956), interpretado por Jeff Bridges, em um visionário que foi sabotado pela indústria automotiva dos EUA, dominada por Chrysler, Ford e GM. Entretanto, o empresário teve muitos problemas com suas escolhas financeiras e mecânicas.
Era, de fato, um carro à frente de seu tempo, pouco viável em uma América do Norte que ainda se reestruturava após a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.
O farol central capaz de acompanhar as curvas é apenas uma das inovações do modelo, que trazia barras de proteção no teto, suspensão independente com suportes de borracha no lugar das molas e interior repleto de superfícies acolchoadas.
O carro em exposição no Carde traz todos os comandos intactos, distribuídos por botões instalados ao redor da coluna de direção. A forração em tons claros faz bom par com a pintura bordô da carroceria, mas a harmonia está apenas no que se vê. O projeto do Tucker escondia problemas sob o capô.
O motor Franklin O-335, que era usado em helicópteros, foi a solução encontrada para se adequar às promessas de desempenho feitas por Preston Tucker. Mas faltava uma transmissão à altura, algo que seria resolvido com uma caixa automática que equipou modelos da marca Cord. Não deu muito certo.
Além dos problemas mecânicos, o criador da marca foi investigado por práticas como venda de acessórios a pessoas que estavam na fila de espera pelo automóvel, que, na prática, não existia. Era uma forma de captar dinheiro para manter o projeto de pé.
Preston Tucker foi processado e absolvido, mas sua empresa perdeu credibilidade. Seus carros não ganharam as ruas, mas as poucas unidades produzidas são atrações de acervos e coleções pelo mundo, onde permanecem como passaram a maior parte do tempo: imóveis.

ASSUNTOS: Economia