Segmento de serviços registra queda de 2,8% no Amazonas
Com a queda de 2,8% no Índice de Confiança de Serviços (ICS) de maio para junho deste ano, o Sindicato dos Economistas do Amazonas (Sindecon-AM) aponta novas alternativas de investimentos para quem pretende empreender nos próximos meses. O ICS é medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que atribuiu o desempenho negativo do mês à piora “das expectativas dos brasileiros em relação à economia”.
Para o presidente do Sindecon-AM, Marcus Evangelista, o consumidor está deixando de gastar com serviços, principalmente, os “não essenciais”, porque teme que o valor investido comprometa, principalmente, a aquisição de alimentos durante o mês ou outros produtos.
“Têm muitos pais e mães que estão deixando de contratar serviços de manutenção domiciliar, por exemplo, para não comprometer a aquisição dos itens da cesta básica e acabam eles, mesmos, fazendo essa atividade para economizar. Com um governo instável a tendência é que a economia, também, se desestabilize e as pessoas se previnam deixando de gastar”, explicou Evangelista.
Ele disse que a queda no segmento de serviços, também, atingiu a classe média que acabou abandonando o comércio da estética e os chamados personalizados (personais), por exemplo, para priorizar produtos essenciais dentro de casa. “A pesquisa da FGV aponta que a queda nesse segmento (serviços) ocorreu em todas as classes o que dá a entender que a retração do consumidor ocorre independente do seu poder aquisitivo”, disse.
Alimentos em alta – Com a priorização de produtos essenciais pelos consumidores, o presidente do Sindecon-AM aponta o ramo de alimentação como um dos mais promissores para quem deseja empreender nos próximos meses, com grande chances de êxito apesar das crises política e econômica que afeta o País.
“O ramo de alimentos, principalmente, os saudáveis estão em alta no País uma vez que a população está cada vez mais atenta quanto à saúde e à prevenção de doenças relacionadas a uma má alimentação. Portanto, quem deseja abrir um negócio pode enveredar por esse segmento”, disse Marcus Evangelista.
De acordo com um estudo da agência de pesquisa Euromonitor, o mercado de alimentação ligado à saúde e ao bem estar cresceu 98% no Brasil no período de 2007 a 2017. O setor movimenta US$ 35 bilhões por ano no país, que é o quarto maior mercado do mundo.
A ampliação do acesso à informação, os reflexos positivos das mudanças alimentares na qualidade de vida e o aprimoramento dos produtos oferecidos pelo mercado são alguns dos fatores que justificam o aumento da procura por esse segmento.
“O aumento do segmento se justifica pelo fato de que, para 28% dos brasileiros, consumir alimentos nutricionalmente ricos é muito importante. Além disso, 22% da população opta por comprar alimentos naturais e sem conservantes”, ressaltou Marcos Evangelista com base no estudo da Euromonitor.
Para exportação – O Brasil já é o quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis, com volume de vendas de US$ 27,5 bilhões em 2015, segundo o mesmo levantamento da Euromonitor. “A velocidade de crescimento do segmento impressiona: de 20%, em média, desde 2012 contra 8% no resto do mundo”, destacou o economista.
Evangelista afirmou que de olho nesse potencial, diversas companhias surgem no mercado. As novidades vão desde uma empresa criada para reformular as lanchonetes das escolas até fundos de investimento que apostam na importação de purê de frutas embalados em sachês. “Muitos negócios começaram de maneira despretensiosa, mas crescem em grande proporção porque conseguiram alcançar uma demanda reprimida do mercado consumidor”, concluiu o presidente do Sindicato dos Economistas.
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