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Só juros não resolvem, é preciso trabalhar monetário e fiscal, diz Haddad

Por Folha de São Paulo

04/12/2024 12h00 — em
Economia



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que atuar só nos juros não resolverá o problema da dívida pública e da inflação no Brasil.

"Temos que atuar no monetário e no fiscal para ancorar isso e não chegar em patamar de juros que vai prejudicar mais do que ajudar", disse o ministro durante fórum promovido pelo portal, nesta quarta-feira (4) em Brasília.

"O aumento do investimento foi de 11%, e o consumo cresceu 5%. O que vai melhorar a inflação também é o empresário não deixar de investir, porque aí tem problema de oferta", continuou.

Para o ministro, as políticas monetária e fiscal precisam andar juntas. "Não adianta só trabalhar em cima de juros, temos que trabalhar esse lado das medidas que foram mandadas e podem ser complementadas e aperfeiçoadas ao longo dos meses", apontou.

Haddad se referia ao pacote de corte de gastos enviado ao Congresso Nacional cujo objetivo é rever o crescimento de gastos obrigatórios que poderiam prejudicar o arcabouço fiscal.

De acordo com o ministro, o governo enviou para o parlamento "o que estava maduro". "Continuamos debruçados no problema fiscal. Daqui a pouco, novas medidas amadurecem, chega-se a um consenso em torno delas", acrescentou.

"Se entendermos que essas não são suficientes, vamos voltar para a planilha para buscar novas soluções, mas acredito que o que foi endereçado atende o que a área econômica pretende de resultados fiscais nos próximos anos", acrescentou.

Haddad lembrou também de medidas tomadas pelo Congresso Nacional que prejudicaram as contas públicas. "Se não tivéssemos aprovado prorrogação, na minha opinião injustificável, do Perse e desoneração da folha, teríamos esse ano melhor resultado primário desde 2013", afirmou.

"Estamos em democracia, o Congresso entendeu diferente, fomos ao STF, STF remediou o problema e deu chance de entendimento. Esse entendimento não resultou no melhor almejado, que era compensação, mas os Três Poderes estão procurando equilíbrio ", ponderou.


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