USP abre matrículas para disciplina sobre transição energética
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após inaugurar o Centro de Inovação para Transição Energética (Etic, na sigla em inglês) em outubro, a USP (Universidade de São Paulo) abre as inscrições para a disciplina optativa sobre o tema nesta segunda-feira (2). Os pedidos para participar da turma, que terá 50 vagas, podem ser feitos até o dia 9.
As aulas, destinadas aos alunos de todos os cursos de graduação da universidade, serão presenciais no campus da cidade de São Paulo. Serão abordados conteúdos sobre energia limpa, além de desafios multidisciplinares que envolverão empresas parceiras que precisem resolver questões relacionadas à geração de energia.
O responsável pela matéria será Erik Eduardo Rego, professor da Escola Politécnica, faculdade de engenharia da USP, ex-diretor da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e vice-coordenador do Centro de Inovação para Transição Energética.
Durante a disciplina, os alunos precisarão resolver desafios relacionados a práticas ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) de empresas participantes. A lista de instituições ainda não está definida, diz Erik.
"É importante que este seja um exercício multidisciplinar. Afinal, o plano de transição energética envolve instituições da engenharia, das ciências ambientais e sociais. As empresas irão propor e os alunos terão que lidar com problemas e situações reais", diz.
Segundo Erik, o curso é apenas um dos produtos do centro, ligado à Escola Politécnica. "O objetivo é engajar e envolver a geração Z [aquela dos que nasceram de 1995 a 2010] para liderar o processo de transição energética."
Para ele, o tema é bastante abordado em cursos de mestrado e doutorado, mas ainda é restrito na graduação. "Um dos gargalos da transição energética é a falta de formação profissional. Não há profissionais suficientes. O foco tem que ser alunos da graduação porque quanto mais cedo eles tiverem contato com esta área, mais provável é que continuem."
Podem participar alunos de graduação, pós-graduação, pré-mestrado (quando o aluno está terminando a graduação), mestrado e pós-doutorado. Nos últimos três casos, haverá bolsa de pesquisa para os participantes ao menos pelos próximos dois anos.
Os valores das bolsas, segundo Erik, estão alinhados com tabela da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). As bolsas da fundação variam de R$ 1.800 a R$ 12 mil.
As bolsas serão custeadas em parte pela Cosan, grupo dono de várias empresas de produção e distribuição de combustíveis, como Raízen e Comgás.
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