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Memórias afetivas


Por Flávio Lauria

10/07/2024 8h34 — em
Espaço Crítico



O leitor ou a leitora vão achar que talvez a sensibilidade tenha aflorado no articulista, ou, que pela data natalícia, ficamos mais vulneráveis, e com mais maturidade, deixamos de lado algumas cizânias acontecidas no decorrer de nossa passagem, e lembro sempre que a vida é um sopro, talvez, pela instabilidade emocional pelo estado de minha mãe, exteriorizo o presente artigo. O artigo é longo, mesmo. 

Porque se trata de memórias afetivas. Confesso que não sou um especialista em lembrar, mas existem detalhes na vida que dificilmente deixaremos de recordar, amigos, filhos, namoros, brincadeiras, viagens, lembranças que surgem por meio de elementos sensoriais e emocionais. Assim, ela aparece a partir de gatilhos específicos, como sons, cheiros, sabores e cores que remetem a algum momento importante que aconteceu no passado.

Faço esse introito para falar sobre a importância de lembrar. Dentre os muitíssimos atributos necessários a um bom vivente, destaco e ressalto ser o dote da lembrança a mais esplendorosa e insuperável necessidade que porta o homem, que é a memória. Principalmente, aquela que é concedida aos que fazem do relato humano uma saborosa referência às acontecências havidas e sabidas através de um ato vivido, ou então, por intermédio daquelas outras que são agregadas nas incontáveis andanças vida afora, parte indelével de todos os nossos cotidianos.
E nesse mister, sou o próprio acusado da mais trágica e profunda incapacidade de reter referências de memória que me oferte o deleite no que se entende pelo profundo prazer que contém o agradável e conveniente bom lembrar, excetuando é claro, os filhos, netos, musicas, momentos com amigos, que depois descobri que não eram tão amigos assim.

Relembrar sempre será o mais excepcional motivo na existência de todas as havidas saudades. Mas se desse predicado não fui agudamente favorecido, mesmo assim mantenho-me contente em saber dessa presença em meio a alguns amigos, os quais considero os mais completos "narrativistas" do que se possa saber do valor que contenha uma prosa enriquecida por detalhes minuciosos envolvendo assuntos de variadíssimos teores e de finas lembranças. Jamais tive o privilégio de observá-los conjuntamente, embora cada qual ao seu modo me transmita a forte convicção da importância dos seus lembrares. 
E de outro lembrar, este inesquecível por sua evidente atualidade e que ocorre em Manaus - como houvesse ser caprichosa e "repentemente" encantado mais pelos forasteiros de que por aqueles aqui mesmo paridos - onde nos recentes tempos tem dado demasiada "lembrança" àqueles que, mesmo na justificativa discutível de serem experts funcionais, perderiam consistência e importância se confrontados com as sapiências por aqui sabidamente havidas.

Acima, fui de própria confissão ser parco o meu lembrar, mas não tanto que me leve a "esquecer" as fortes vozes amazonenses berrando o orgulho do inesgotável "rubro veio" contido no valoroso coração de todos nós daqui do longínquo Amazonas
Sem ser, e menos ainda querer pretender parecer xenófobo, intolerante ou piegas, o que se a mim imputado seria de profundo desconforto, insisto, porém, no inestimável valor que contém uma tarefa quando executada com a melodia do nosso sotaque e no benefício das nossas próprias genuinidades: - enquanto outras praças "vendem" suas qualidades, nós nos lembramos de "comprar" prerrogativas!.todo aquele que isto faz ainda mantém a esperança de que nem tudo se "apague" nos registros do bom lembrar - para lhes afirmar admiração e dizer que, sem a existência da boa memória de alguns, duvido que melhor soubesse das minhas saudades!

Mas jamais esquecerei momentos, com amigos como Nahum Falcão, Porfirio Lemos, Frânio Lima, Jorge Álvaro, Elcy Barroso, Raimundo Cabral, Celerino Leite, Oyama Ituassu, Antônio Bulcão, Alexandre, Carlinhos, Evelyn e Evandro, primos e por consequência, Michelle, Célia, Maria, tio por consideração Coquinho, tias, José  Barbosa , Leal da Cunha, Sérgio Rogério e Antônio Sanches, meu pai, minha mãe, meus filhos, minha ex mulher, Ana Lúcia, irmãos e irmãs, ex cunhadas, sobrinhas, meus netos. Aproveito para em nome de outros de inquestionável lembrar, que trazem a felicidade, parabenizando-me pelo dez de julho, data em que vim ao mundo, também agradecer momentos, e aqui não citei mais alguns e algumas, por falta de espaço, mas as tenho guardado dentro do peito. Gratíssimo.
 

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