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Namorados


Por Flávio Lauria

11/06/2024 17h47 — em
Espaço Crítico



Escrevendo em jornais completando 17 anos, desde A Crítica, passando pelo Em Tempo, Jornal do Comercio do meu inesquecível e último romântico Guilherme Aluizio, e agora em blogs e jornais digitais, já coincidiu de escrever vários artigos sobre o Dia dos Namorados, e até duvidar se namorado tem dia, mas antes que esse artigo fique enfadonho, sugiro aos caros e caras leitoras, que nesse dia se curtam, se enamorem, e deixo como sugestão. Na verdade, quem não tem namorada ou namorado nesse dia tem que se enamorar mesmo. 

Seja enamorado! Isso mesmo! Seja enamorado… mostre-se apaixonado, mas não por alguém, por si, pelo mundo, por um motivo além do físico, por pensamentos, palavras, ideais, pela vida! Não há algo mais grandioso e belo que o viver. Preocupe-se menos nesse dia em planejar que o próximo será acompanhado, não sinta raiva ou desprezo por casais já existentes, não se sinta péssimo pelo término no dia dos namorados (aliás, acabaria qualquer outro dia mesmo), ame e fuja do real significado desta data e preze pelo significado que ela deveria ter, você verá tudo ao seu redor tornar-se mais bonito e prazeroso, até esquecerá que tal dia é o dia dos namorados.

Muitas pessoas sabem que no exterior o Dia dos Namorados (Valentine’s Day) não é celebrado em junho, como no Brasil, mas sim em fevereiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Dia dos Namorados é uma homenagem a São Valentim, padroeiro e protetor dos casais apaixonados. Por lá, a comemoração romântica acontece em 14 de fevereiro. 

Aqui no Brasil, o Dia dos Namorados incorporou a cultura nacional e foi colocado no dia 12 de junho como homenagem a Santo Antônio, o santo casamenteiro, que é celebrado todos os anos em 13 de junho. Independentemente da data, o conceito e o sentimento envolvidos na comemoração do dia dos namorados são os mesmos em todos os países. A data é uma bela oportunidade para demonstrações de amor e carinho. Pra alguns, talvez o dia dos namorados seja realmente uma data especial, como o dia dos pais, mães, crianças e todos esse festival de “dias comemorativos” sejam de fato significativos, por um (diversos) momento o comércio conseguiu usar o sentimentalismo ao seu favor para venda de produtos que são correlatos a data: presentes relacionados ao amor e paixão no dia dos namorados e dia das mães.

O significado de estar vivo não é ligado ao fato de obter presença de outrem, o poder postar seu relacionamento, suas fotos a fim de não menos, causar inveja ou publicar vaidosamente para que todos vejam que és feliz (ou tenta ser). Alex Supertramp (se não reconhece esse nome assista Into The Wild urgentemente!) dizia em sua mais célebre frase “a felicidade só é real quando compartilhada”, porém ele nunca disse que isso seria proveniente de um compartilhamento em redes sociais. O compartilhar envolve muito mais que sua etimologia e mais que ter algum compartilhado, ser feliz também não é proveniente dos desejos e prazeres.

Num momento como esse, onde relacionamentos duram pouco, bem pouco ou nem chegam a se concretizar, valorizar o que tem pra si é uma grande virtude, zelar e manter diariamente um relacionamento é uma tarefa árdua e desnecessária: não é preciso ter alguém pra viver pois é preciso viver pra que se tenha, então viva primeiro, que o amor é subsequente. Sorrisos ao andar do shopping, carinhos e abraços nos parques não são sempre provas de amor, por vezes pessoas usam os relacionamentos como âncora para apaziguar seus ânimos e pensamentos que morrerá sozinha ou ficará sozinha, sem ninguém, como se a solidão fosse de fato ruim, precisamos de socialização isso é fato, mas não é uma necessidade vital, não se apegue a isso ou enlouquecerá e será facilmente manipulado por aquele que identificar isso. 

Por fim, caso namore, dou-lhe uma dica: use esse dia (não leve em consideração o que falo se não identifica-se com o argumento, para muitos, obviamente como verá, é de extrema importância tal dia e não seja egoísta ao ponto de achar que só seus ideais contam, se for o caso, comemore sem pestanejar, doe-se) para mostrar que independente da data, estará lá, durando até o próximo dia ou o fim dos seus dias você será enamorado e não um namorado, pois esse título (quase que nobiliárquico) foi bem estagnado e já não serve necessariamente para uma aliança, que você é enamorado com o mundo, com as pessoas, com a natureza, que amando aos outros, mostrará que sabe amar e mergulharão de cabeça no amor que tens pra dar.

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